Enquanto o presidente insiste em provocações e bravatas, o Brasil fica sem solução real para evitar a tarifa de 50% imposta por Trump, deixando produtores e exportadores à beira do prejuízo.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Em mais uma fala polêmica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enquanto o Brasil tenta, sem grandes resultados até agora, reverter uma tarifa de 50% sobre produtos nacionais. Durante compromisso em Minas Gerais na última quinta-feira (24), Lula adotou o tom de sempre: ironias e autoelogios — mas pouco resultado prático.
“Ele não quer conversar, se ele quisesse conversar ele pegava o telefone e me ligava. […] Com todo mundo eu converso, mas ele não quis conversar… Então o que acontece? Ele nos deu até o dia 1º [de agosto]. Se nós não dermos a resposta no dia 1º, ele vai taxar o nosso comércio em 50%. Vou contar uma coisa pra vocês: eu não sou mineiro, mas eu sou bom de truco e se ele tiver trucando, ele vai tomar um seis”, disparou.
A taxação anunciada por Trump no início de julho foi motivada, segundo o republicano, pela postura do STF em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde então, o governo brasileiro faz reuniões internas tentando achar uma saída, mas nada de efetivo foi apresentado.
Na tentativa de mostrar disposição, Lula ainda reforçou seu conhecido estilo de bravatas: “O Lula tá doidinho pra conversar com o Trump. Ele não conhece o Lula, ele não conhece o Lula. Eu converso com todo mundo, mas sobretudo com quem quer conversar. Se os EUA quiser negociar, o Lulinha estará pronto pra negociar, mas desaforo só da dona Lindu”, declarou.
Enquanto isso, o prejuízo ameaça vários setores produtivos. Para tentar minimizar o estrago, uma comissão externa do Senado embarca nesta sexta-feira (25) para Washington, onde pretende reunir-se com parlamentares republicanos e democratas entre os dias 28 e 30 de julho. Integram o grupo os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Jaques Wagner (PT-BA), Tereza Cristina (PP-MS), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Rogério Carvalho (PT-SE), Fernando Farias (MDB-AL) e Carlos Viana (Podemos-MG).
No discurso, Lula segue insistindo em recados de força, mas na prática a conta pode sobrar para o exportador brasileiro — que assiste, sem grandes garantias, a um governo que prefere improvisar frases de efeito a resultados concretos.
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