
Em testes baseados em estudos do New England Journal of Medicine, o sistema MAI-Dx Orchestrator atingiu 85,5 % de acerto contra cerca de 20 % de médicos experientes.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A Microsoft apresentou, no dia 30 de junho de 2025, o Microsoft AI Diagnostic Orchestrator (MAI‑DxO), um sistema de IA avançado capaz de diagnosticar doenças complexas com precisão significativamente superior à dos médicos humanos.
Resultados impressionantes dos testes
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O sistema foi avaliado usando 304 casos clínicos extraídos de publicações do New England Journal of Medicine.
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Ao combinar vários modelos de linguagem — incluindo OpenAI o3, Gemini, Claude, GPT, Grok e DeepSeek — o MAI‑DxO alcançou 85,5 % de acertos na identificação correta dos diagnósticos.
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Já o grupo de 21 médicos com experiência entre 5 e 20 anos, sem acesso a materiais de apoio durante os testes, registrou cerca de 20 % de acertos.
Como funciona o sistema
MAI‑DxO opera como um “painel virtual” de médicos, onde múltiplos agentes de IA debatem, solicitam exames, realizam verificações de custo e confirmam o raciocínio antes de emitir um diagnóstico, utilizando uma técnica chamada “chain of debate”.
Diagnóstico mais rápido e econômico
O sistema também demonstrou redução de custos, gerindo o número de exames solicitados para não gerar gastos desnecessários — importante em um cenário em que até 25 % do gasto com saúde nos EUA é considerado desperdício.
Limitações e o futuro da tecnologia
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O MAI‑DxO ainda não foi validado em ambiente clínico real e depende de novos estudos em condições reais de atendimento.
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Os médicos testados não contavam com livros ou consultas a colegas, o que difere do ambiente real de trabalho clínico.
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A Microsoft afirma que a tecnologia deve complementar, e não substituir, a prática médica, apoiando decisões e ampliando o acesso para diagnósticos complexos.
O MAI‑DxO representa um avanço impressionante na aplicação da IA para a medicina diagnóstica. Com precisão cinco vezes maior do que médicos experientes em casos complexos — embora com médicos em desvantagem por falta de recursos —, o sistema sinaliza um futuro promissor, em que cuidados médicos poderão se tornar mais eficientes, rápidos e acessíveis. No entanto, ainda é necessário avançar em testes clínicos reais, avaliação regulatória e integração segura nos sistemas de saúde.
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