
Redução nas alíquotas de exportação favorece setores como soja, milho, carne e girassol; presidente defende o agro como motor da economia e ataca décadas de intervenção estatal.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O presidente argentino Javier Milei deu mais um passo em direção à desregulamentação econômica ao anunciar cortes nos impostos sobre exportação de produtos agrícolas. A medida beneficia diretamente produtores de soja, milho, trigo, carne e outros itens fundamentais para o comércio exterior da Argentina.
Em um discurso firme, Milei destacou o papel estratégico do agronegócio para a economia nacional e criticou os antigos modelos de governo que, segundo ele, sufocaram quem produz e gera riqueza no país.
“O campo argentino, coluna vertebral da nossa economia, foi uma das principais vítimas das políticas implementadas durante décadas pela casta política empobrecedora, que sustentou seu modelo econômico baseado no roubo sistemático do fruto do trabalho alheio.”
Os cortes contemplam produtos de grande relevância para a balança comercial argentina. O imposto sobre a soja, por exemplo, cai de 33% para 26%, enquanto subprodutos da soja passam de 31% para 24,5%. A carne bovina e de aves terá a alíquota reduzida de 6,75% para 5%. Também haverá queda para o milho (de 12% para 9,5%), sorgo (de 12,9% para 9,5%) e girassol (de 7,5% para 5,5%, com nova baixa prevista para 4%).
A decisão foi anunciada neste sábado (26/7) durante a abertura de uma das principais feiras rurais do país, evento simbólico para o setor. Lá, Milei reforçou o compromisso de manter as mudanças enquanto durar seu mandato:
“Essas reduções são permanentes e não serão revertidas enquanto eu estiver no governo.”
A Argentina se destaca globalmente como grande exportadora de grãos e carnes, com tradição agrícola que remonta ao século XIX. Produtos como mel, lã e semente de girassol também fazem parte dessa matriz exportadora, agora com alívio tributário para ampliar a competitividade internacional.
Além de responder a uma demanda histórica do setor produtivo, a iniciativa se soma a um pacote mais amplo de medidas econômicas do atual governo, que inclui forte ajuste fiscal. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), essas ações já começam a surtir efeito: a inflação deve cair para 35,9% ainda em 2024, e o crescimento do PIB argentino em 2025 pode ser o maior da América Latina.
A sinalização do governo é clara: menos peso do Estado sobre quem trabalha e mais liberdade para os setores que movem a economia. Ao priorizar o agronegócio, Milei envia uma mensagem ao mundo e à própria população: o caminho escolhido é o do incentivo à produção, e não da dependência estatal.
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