
Na cúpula do Mercosul, presidente argentino desafia silêncio sobre violações de direitos humanos e critica regime chavista.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Javier Milei decidiu não silenciar diante dos abusos na Venezuela. Durante a reunião de cúpula do Mercosul, o presidente argentino reiterou o pedido de liberdade para Nahuel Agustín Gallo, militar argentino mantido preso pelo regime de Nicolás Maduro desde dezembro do ano passado.
O discurso, feito ao lado do presidente Lula, expôs o constrangimento de ter um aliado de Maduro entre os líderes sul-americanos. Milei foi direto ao ressaltar os casos de prisões arbitrárias no país vizinho. “Tampouco podemos fazer vista grossa com os numerosos casos de detenções ilegais na Venezuela. Se tratam de pessoas privadas de sua liberdade e a violação de qualquer tipo de direito e exigimos a libertação. Em particular, reiteramos nossa firme reclamação pela liberação imediata do guarda argentino Nahuel Gallo. Tal como disse, no começo buscamos aceitar desde o diálogo as engrenagens deste corpo, entendendo o diálogo como um ponto de partida para alcançar objetivos subsequentes e não um fim em si mesmo”, disse Milei, sem medir palavras.
De acordo com as autoridades venezuelanas, Gallo teria tentado entrar no país de forma irregular, além de supostamente integrar um grupo ligado à extrema direita internacional. Ele viajava de férias para visitar a esposa e o filho, que moram na Venezuela, quando foi preso.
Familiares passaram semanas sem qualquer informação sobre seu paradeiro. Somente após pressão internacional, o regime divulgou imagens do argentino em uma prisão, mas, desde janeiro, ninguém sabe onde ele está.
No início deste ano, a Argentina levou o caso ao Tribunal Penal Internacional, classificando a detenção como uma grave afronta aos direitos humanos. O governo descreveu o episódio como parte de um “padrão sistemático de crimes contra a humanidade, que estão sendo cometidos na República Bolivariana da Venezuela“.
Organismos como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos também cobraram explicações e exigiram garantias mínimas de assistência consular e acesso à defesa. Mesmo assim, o governo chavista segue ignorando as recomendações.
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