Astro da WWE e símbolo dos anos 1980, Hogan levou o wrestling ao estrelato global, virou referência no entretenimento e travou batalhas públicas dentro e fora dos ringues.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Hulk Hogan, lenda da luta livre profissional e um dos rostos mais emblemáticos da cultura pop dos anos 1980, faleceu nesta quinta-feira (24), aos 71 anos. A morte foi confirmada pela WWE (World Wrestling Entertainment), que lamentou a perda do astro e ex-campeão mundial. A causa da morte não foi divulgada.
“Uma das figuras mais reconhecidas da cultura pop, Hogan ajudou a WWE a alcançar reconhecimento global”, publicou a entidade em sua conta oficial no X (antigo Twitter).
Com seus cabelos longos e loiros, físico imponente e visual marcante, sempre de bandana e camiseta rasgada, Hulk Hogan foi um dos principais responsáveis por transformar a luta livre em um espetáculo global de bilhões de dólares.
O nascimento de uma estrela
Nascido Terry Gene Bollea em 11 de agosto de 1953, em Augusta, Geórgia, Hogan cresceu na Flórida e inicialmente tentou carreira como músico, tocando baixo em bandas de rock. No fim dos anos 1970, migrou para a luta livre, um universo onde o show business e o esporte se fundem em espetáculo.
Seu apelido veio de uma comparação com o Hulk da TV. Já o sobrenome “Hogan” foi uma invenção de Vincent J. McMahon, fundador da WWF (hoje WWE), que buscava personagens com raízes irlandesas.
A consagração veio em 1984, quando derrotou o Iron Sheik e conquistou seu primeiro cinturão mundial. Com isso, iniciou um reinado de quatro anos, em que se tornou o símbolo da luta livre, aparecendo em capas de revistas, brinquedos e ao lado de estrelas como Mr. T.
O momento mais icônico de sua carreira ocorreu em 1987, durante o WrestleMania III, ao levantar André the Giant diante de um estádio lotado.
Do ringue para as telas
Além da luta livre, Hogan tentou a sorte em Hollywood. Estreou como “Thunderlips” em Rocky III (1982) e atuou em comédias como Santa With Muscles (1996). Apesar de não alcançar o mesmo sucesso fora do ringue, sua imagem continuava poderosa e nostálgica.
Nos anos 1990, Hogan reinventou-se como vilão ao assumir a persona de “Hollywood Hogan” na WCW (World Championship Wrestling), liderando o grupo New World Order. A mudança revitalizou sua carreira e o levou de volta ao topo.
Em 2002, protagonizou uma das lutas mais lembradas da era moderna da WWE, contra Dwayne “The Rock” Johnson, no WrestleMania XVIII.
Apoio político e batalha judicial
Em 2024, Hulk Hogan participou da Convenção Nacional Republicana, onde declarou apoio aberto a Donald Trump. Os dois são conhecidos de longa data, desde os anos 1980, quando Trump sediava eventos da WWE em seus cassinos e hotéis. Após uma tentativa frustrada de atentado contra o ex-presidente durante a campanha eleitoral, Hogan reforçou seu apoio de forma enfática: “Deixe a Trumpamania correr solta, irmão!”
Fora dos holofotes esportivos, Hogan travou uma batalha judicial histórica contra o grupo Gawker Media, que publicou em 2012 um vídeo íntimo do lutador. Em 2016, ele venceu a ação e foi indenizado em US$ 140 milhões, um dos maiores valores da história em processos de privacidade nos EUA.
O caso provocou o colapso do Gawker e levantou debates sobre os limites da liberdade de imprensa e o direito à privacidade. O bilionário Peter Thiel, que financiou a ação, afirmou que o processo era uma resposta a anos de ataques pessoais promovidos pelo site.
Legado
Indicado duas vezes ao Hall da Fama da WWE, Hogan se autodenominava o “Babe Ruth” da luta livre. Seu carisma, bordões como “Hulkamania is running wild!” e sua presença nos ringues marcaram gerações. Mesmo nos momentos mais controversos, sua influência sobre o universo da luta livre e do entretenimento americano foi incontestável.
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