
Relatório do Unaids também projeta mais de 4 milhões de mortes se não houver aumento nos investimentos e mudanças urgentes nas políticas de combate ao vírus.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O mundo pode enfrentar uma nova crise de saúde global se não forem implementadas mudanças urgentes na resposta à epidemia de HIV/Aids. O alerta é do novo relatório divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).
O documento, intitulado “Aids, crise e o poder de transformar”, estima que, caso as tendências atuais sejam mantidas, o mundo pode registrar mais de 6 milhões de novas infecções por HIV e 4 milhões de mortes relacionadas à Aids até 2029.
Desde 2010, os programas de prevenção e tratamento ajudaram a reduzir em 40% os novos casos de HIV, e cerca de 26 milhões de vidas foram salvas com acesso a medicamentos e diagnóstico precoce. Mais de 4,4 milhões de crianças também foram protegidas da transmissão vertical (de mãe para filho).
Apesar dos avanços, o Unaids alerta que cortes abruptos de financiamento por parte de alguns países doadores estão comprometendo a continuidade de serviços essenciais, especialmente na África Subsaariana, região mais afetada pela epidemia.
“Estamos diante de um risco real de retrocesso. Se não houver uma ação coordenada e aumento no investimento, podemos perder os progressos conquistados em décadas de luta contra o HIV”, afirma Winnie Byanyima, diretora executiva do Unaids.
Situação global em 2023:
- 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV;
- 1,3 milhões de novas infecções;
- 630 mil mortes relacionadas à Aids;
- 30,7 milhões em tratamento com antirretrovirais;
- 42,3 milhões de mortes acumuladas desde o início da epidemia.
O relatório destaca iniciativas bem-sucedidas de países como o Brasil, que financia integralmente seu programa nacional de prevenção, testagem e tratamento contra o HIV pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Desde 1995, o número de infecções caiu 60%, resultado de uma articulação global entre governos, organizações internacionais, sociedade civil e setor privado. A meta é eliminar a Aids como problema de saúde pública até 2030.
O Unaids reforça que, para isso, é urgente retomar o ritmo dos investimentos, priorizar o acesso equitativo aos medicamentos, ampliar a testagem e combater o estigma que ainda impede milhares de pessoas de buscar tratamento.
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