
Consumidor brasileiro cada vez mais preocupado com saúde, meio ambiente e bem-estar, impulsionando um mercado em forte expansão.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A busca por alimentos saudáveis no Brasil vem crescendo de forma consistente: segundo o estudo Panorama do Consumo de Alimentos Saudáveis no Brasil em 2023, cerca de 46% dos brasileiros já adotam esse tipo de alimentação, com destaque para o Nordeste, onde o consumo saltou de 32% em 2021 para 45% em 2023.
Por que esse aumento está acontecendo?
-
Preocupação com a saúde e nutrição preventiva
Consumidores estão cada vez mais atentos aos riscos associados ao uso de agrotóxicos e à alimentação ultraprocessada. A dieta equilibrada, rica em macro e micronutrientes, é vista como forma eficaz de prevenção de doenças crônicas e fortalecimento do sistema imunológico. -
Maior acesso à informação e transparência
Com o avanço da exigência por rotulagem nutricional padronizada e iniciativas como certificações orgânicas e rastreabilidade, o consumidor tem mais condições de fazer escolhas informadas. Essa transparência reforça a confiança no produto saudável. -
Consciência ambiental e práticas sustentáveis
A valorização de alimentos com cultivo orgânico, menor impacto ambiental e embalagens recicláveis tem motivado muitos brasileiros a preferirem marcas comprometidas com responsabilidade social e ESG. -
Pandemia como catalisador de mudança
O período da COVID‑19 acelerou a reflexão sobre hábitos alimentares: uma pesquisa da Kantar revela que houve aumento de 35% na busca por alimentos saudáveis e suplementos nesse período, e muitos consumidores mantiveram esses hábitos no pós-pandemia.
Impactos no mercado e na economia
-
Segundo a Euromonitor International, o mercado de alimentos e bebidas saudáveis no Brasil faturou cerca de R$ 100 bilhões em 2021, com previsão de crescimento anual de até 27% até 2025.
-
Globalmente, esse segmento deve crescer US$ 452,93 milhões até 2027, a uma taxa composta de cerca de 8,5% ao ano.
-
O setor no Brasil gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos, da produção agrícola ao varejo, contribuindo para a dinâmica econômica nacional.
-
Também há investimentos públicos, como os R$ 500 milhões destinados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em pesquisas de segurança alimentar até 2026.
Tendências que ganham força
-
A expansão de produtos plant‑based, veganos e flexitarianos: cerca de 39% dos brasileiros já consomem carnes vegetais, que tiveram crescimento de 38% em vendas no varejo.
-
A popularização dos alimentos funcionais, sem glúten ou especiais, com crescimento médio de 12% ao ano no Brasil.
-
Preferência por baixo teor de açúcar e gordura, aliando sabor e praticidade em produtos saudáveis, conforme observado por players como Lightsweet e outras marcas do segmento.
O aumento da procura por alimentos saudáveis nas prateleiras brasileiras é fruto de uma combinação de maior conscientização em saúde, transparência no consumo, impacto da pandemia e valores ligados à sustentabilidade. O mercado reflete essa transformação, com números expressivos e projeções otimistas — um cenário que tende a se fortalecer nos próximos anos, beneficiando consumidores, empresas comprometidas e o sistema de saúde pública.
- Leia mais:
Faça um comentário