
Levantamento mostra que rejeição ao governo petista continua majoritária, com destaque entre evangélicos e homens de meia-idade; aprovação cresce timidamente após uso político de atrito com os EUA.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A insatisfação da população brasileira com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva continua predominando. Segundo pesquisa do instituto PoderData realizada entre os dias 26 e 28 de julho de 2025, a desaprovação ao governo segue em patamar elevado: 53% dos entrevistados disseram rejeitar a atual gestão, contra apenas 42% que aprovam.
O levantamento, feito com 2.500 pessoas em 182 municípios, mostra que, mesmo com um leve recuo na desaprovação em relação ao mês anterior (que era de 56%), o índice ainda reflete um país majoritariamente descontente com os rumos adotados pelo Palácio do Planalto.
Entre os evangélicos, a reprovação dispara e alcança 69%. É uma parcela significativa do eleitorado, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, onde o presidente enfrenta maior resistência popular. Já entre os católicos, o índice é mais brando, mas ainda negativo: 45% reprovam a gestão petista.
Em termos de faixa etária, os mais jovens (entre 16 e 24 anos) se mostram mais suscetíveis ao discurso populista do governo, com 52% de aprovação — número que não reflete o cenário nacional como um todo, mas que ajuda Lula a manter alguma base de apoio, especialmente no Nordeste, onde o índice de aprovação chega a 50%.
Em contrapartida, a maior rejeição é registrada entre homens de 45 a 49 anos, com quase 60% de desaprovação. Na região Sul, a insatisfação é ainda mais explícita: 62% reprovam Lula. Os dados reforçam que a aceitação do governo não tem conseguido ultrapassar consistentemente a marca dos 50% desde o início de 2023.
Essa instabilidade se manteve mesmo após o governo tentar capitalizar politicamente sobre as tensões comerciais com os Estados Unidos. O presidente norte-americano Donald Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Diante disso, Lula usou o embate como arma retórica, tentando impulsionar sua imagem com o discurso de “defesa da soberania nacional”.
Ainda assim, a percepção geral parece não ter sido suficientemente revertida. A tentativa de se vitimizar politicamente e responsabilizar fatores externos, como as críticas americanas ao Judiciário brasileiro — especialmente no que tange à perseguição judicial contra Jair Bolsonaro —, não convenceu a maioria dos brasileiros, que seguem céticos quanto à capacidade de Lula entregar resultados concretos.
A oscilação positiva na aprovação, de 39% para 42%, permanece dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 2 pontos percentuais. Ou seja, não representa uma mudança real no cenário de impopularidade do governo — apenas um respiro momentâneo que dificilmente se sustentará sem mudanças de postura e resultados efetivos na economia, segurança e gestão pública.
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