
Com temperaturas extremas e inéditas, o sul da Europa enfrenta uma onda de calor intensa. Portugal registrou 46,6 °C e uma rara “nuvem rolo” no litoral. França, Espanha, Itália e Reino Unido também enfrentam alertas e incêndios, enquanto o Mediterrâneo bate recorde de temperatura.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Uma intensa e prolongada onda de calor tem assolado o sul da Europa, com efeitos inéditos em diversos países. O fenômeno, que começou pelos Bálcãs, já se estende até a Inglaterra e atinge proporções alarmantes — com recordes de temperatura, alertas máximos e impactos visíveis na natureza e na saúde pública.
Em Portugal, além do calor escaldante, o litoral foi surpreendido por uma rara “nuvem rolo” — uma formação horizontal e alongada que avançou do mar para as praias, registrada em impressionantes imagens nas redes sociais. No interior do país, os termômetros chegaram a marcar 46,6 °C em Mora (Évora), uma das temperaturas mais altas já registradas no país, próxima ao recorde histórico de 47,3 °C na Amareleja, em 2003.
Diante do cenário extremo, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou sete distritos em alerta vermelho entre domingo e terça-feira: Lisboa, Setúbal, Santarém, Évora, Beja, Castelo Branco e Portalegre. Os demais distritos também estão sob alerta, variando entre níveis laranja e amarelo.
No mar, a situação é igualmente preocupante. O Mediterrâneo registrou sua temperatura superficial média mais alta já observada: 26,01 °C, segundo o programa europeu Copernicus e a Météo-France.
França vive a noite de junho mais quente da história
A França também sente os efeitos severos da onda de calor. O país registrou a noite de junho mais quente desde o início das medições e, na segunda-feira, estabeleceu um novo recorde mensal de temperatura. Paris deve entrar em alerta vermelho nesta terça-feira, juntando-se a cidades italianas como Roma e Milão. Ao todo, 84 dos 95 departamentos franceses estão sob alerta laranja, uma abrangência considerada “sem precedentes” pela Ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher.
Espanha e Itália enfrentam temperaturas recordes e crise sanitária
Na Espanha, o calor também bateu recordes históricos. No sábado, Huelva alcançou 46 °C, ultrapassando o antigo recorde de Sevilha, que era de 45,2 °C, registrado em junho de 1965. Dois trabalhadores morreram por insolação, e sindicatos exigem medidas de proteção para profissionais expostos ao sol.
Na Itália, 17 cidades — incluindo Roma, Milão, Florença e Verona — estão em alerta vermelho. Medidas emergenciais foram tomadas: Bolonha criou “abrigos climáticos” e, em Ancona, desumidificadores estão sendo distribuídos para grupos vulneráveis. Segundo o meteorologista Antonio Spano, trata-se de “uma das ondas de calor mais intensas do verão europeu”, tanto em intensidade quanto em duração.
Além do calor extremo, incêndios florestais atingem várias partes do país. Em Potenza, no sul da Itália, uma mulher de 77 anos morreu asfixiada pela fumaça. Na Turquia, mais de 50 mil pessoas foram retiradas de 41 localidades afetadas pelo fogo.
Calor e seca se espalham pelo continente
Na Croácia, quase todo o litoral está sob alerta vermelho, com temperaturas ao redor de 35 °C. Montenegro enfrenta risco elevado de incêndios, e a Sérvia lida com uma seca severa que afeta grande parte do território.
Até o Reino Unido foi atingido pela onda de calor. No primeiro dia do torneio de Wimbledon, autoridades britânicas emitiram um alerta âmbar — o segundo nível mais grave — para cinco regiões da Inglaterra, incluindo Londres.
Especialistas alertam que ondas de calor como essa estão se tornando mais precoces, longas e intensas por causa das mudanças climáticas. A situação atual é mais uma evidência dos impactos do aquecimento global sobre a vida cotidiana na Europa.
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