ONU e EUA firmam parceria para combater câncer infantil em países de baixa renda

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Acordo entre Agência Internacional de Energia Atômica e Hospital St. Jude investe US$ 4,5 milhões para ampliar acesso a radioterapia e diagnóstico precoce em nações vulneráveis.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A luta contra o câncer infantil em países de baixa e média renda acaba de receber um importante reforço internacional. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à ONU, anunciou nesta semana uma parceria estratégica com o hospital norte-americano St. Jude Children’s Research Hospital, especializado em oncologia pediátrica. A iniciativa visa fortalecer o acesso a exames de imagem e tratamentos com radioterapia em regiões onde a mortalidade infantil por câncer ainda é alarmante.

O acordo, oficializado durante um evento em Addis Abeba, na Etiópia, prevê um investimento de US$ 4,5 milhões (aproximadamente R$ 25 milhões) para aquisição de equipamentos radiológicos, capacitação de profissionais e fortalecimento dos sistemas de saúde locais. A cooperação é parte do programa “Raios de Esperança”, lançado pela AIEA em 2022, que hoje já conta com a adesão de mais de 90 países.

“Essa colaboração representa um passo crucial para reduzir desigualdades no tratamento de câncer infantil. É sobre salvar vidas onde elas mais precisam de apoio”, destacou o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi.

Desigualdade no tratamento e altos índices de mortalidade

Todos os anos, cerca de 400 mil crianças são diagnosticadas com câncer em todo o mundo. Nos países desenvolvidos, a taxa de sobrevivência ultrapassa 80%, graças ao diagnóstico precoce e ao acesso a tratamentos avançados. Porém, nas nações de baixa e média renda — onde vivem mais de 90% dessas crianças — a sobrevivência cai para menos de 30%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Essa disparidade decorre da falta de infraestrutura hospitalar, ausência de exames como tomografias e ultrassons, além da escassez de profissionais capacitados. O objetivo do novo acordo é exatamente atuar sobre esses pontos críticos.

Um problema global com impacto crescente

De acordo com a OMS, o câncer foi responsável por 10 milhões de mortes em 2020. Estima-se que mais de 70% desses óbitos tenham ocorrido em países pobres, que recebem apenas 5% do financiamento global contra o câncer.

A expectativa da agência da ONU é que, nas próximas duas décadas, o número de novos casos e mortes por câncer aumente em cerca de 60%, tornando a ampliação do acesso a diagnóstico e tratamento ainda mais urgente.

Expansão da iniciativa “Raios de Esperança”

O programa “Rays of Hope”, lançado pela AIEA há três anos, tem sido fundamental para levar tecnologias nucleares para diagnóstico e tratamento do câncer a países vulneráveis. Já foram mobilizados mais de € 90 milhões em recursos, com ações que incluem:

  • Modernização de hospitais com mamógrafos e equipamentos de radioterapia;

  • Treinamento de profissionais de saúde via centros de formação e ensino online;

  • Implantação de centros de radioterapia remotos em áreas isoladas.

O hospital St. Jude, parceiro da iniciativa, é uma das referências mundiais em oncologia pediátrica e tem sede em Memphis, Tennessee (EUA). Segundo o CEO da instituição, James R. Downing, a colaboração com a AIEA “é uma oportunidade única de expandir os impactos de décadas de pesquisa e cuidado em favor de crianças ao redor do mundo”.

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