Governador paulista se articula com o ex-presidente para pressionar o Planalto e cobra “maturidade política”.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Depois de um encontro reservado em Brasília, Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) deixaram claro que não pretendem ficar parados diante do tarifaço anunciado por Donald Trump. O governador de São Paulo procurou o ex-presidente para definir os próximos passos e mostrar força política na cobrança de soluções do governo federal.
Em busca de abrir caminhos diretos de negociação, Tarcísio esteve também com Gabriel Escobar, encarregado de negócios dos EUA no Brasil. Ele apresentou dados do impacto da alíquota para o setor produtivo paulista e destacou os reflexos da medida para empresas americanas que operam no estado. Na rede social X, resumiu: “Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastreado em dados e argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas. É preciso negociar. Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa”.
Para o governador, a condução da crise cabe a quem está no Planalto. Ele foi direto: “Parece que o governo Lula não entendeu ainda que ideologia e aritmética não se misturam. Resolver os problemas das pessoas, das nossas empresas, dos nossos exportadores é mais importante do que o revanchismo, a bravata e a construção de narrativas”.
No mesmo dia, Lula reagiu com ironia ao movimento de Tarcísio, tentando associá-lo a Trump. “O seu Tarcísio não vai tentar esconder o chapéuzinho do Trump, não. Pode ficar mostrando para a gente saber quem você é. Está cheio de lobo em pele de cordeiro por aí”, disparou o petista.
Fernando Haddad (PT) também entrou na discussão e chamou a postura de Tarcísio de “vassalagem”. A resposta veio sem rodeios: o governador disse que o ministro precisa “falar menos e trabalhar mais”.
Enquanto isso, Bolsonaro reforçou que é hora de restabelecer a ordem e a responsabilidade institucional. “Peço aos Poderes que ajam com urgência apresentando medidas para resgatar a normalidade institucional”, declarou.
Com a economia paulista ameaçada, a cobrança de Tarcísio e Bolsonaro deixa claro que, para eles, cabe a Lula resolver o impasse que ele mesmo criou.
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