URGENTE: Alexandre de Moraes manda PF vasculhar casa de Bolsonaro e impõe tornozeleira eletrônica

Aliados classificam medidas como abuso e denunciam perseguição contra quem desafia o sistema.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA

Um novo episódio de confronto entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou força nesta sexta-feira (18), quando a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Bolsonaro e na sede do PL, em Brasília. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou ainda uma série de restrições que escancaram o que muitos veem como uma perseguição política.

De acordo com o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), as medidas impostas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno entre 19h e 7h, veto ao uso de redes sociais e proibição de contato com aliados investigados, embaixadores ou diplomatas. Além disso, Bolsonaro está proibido até de se aproximar de embaixadas.

Em nota oficial, a Polícia Federal limitou-se a dizer que a operação decorre de uma decisão do STF, sem fornecer detalhes, já que o processo corre em sigilo. “A Polícia Federal cumpriu, nesta sexta-feira (18), em Brasília, dois mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, em cumprimento á decisão do Supremo Tribunal Federal”, comunicou a PF.

A reação foi imediata dentro do PL. Para o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, as ações revelam uma escalada autoritária do Judiciário. “Se o presidente Bolsonaro sempre esteve à disposição das autoridades, o que justifica uma atitude dessa? O PL considera a medida determinada pelo Supremo Tribunal Federal desproporcional, sobretudo pela ausência de qualquer resistência ou negativa por parte do presidente Bolsonaro em colaborar com todos os órgãos de investigação”, afirmou.

O advogado Celso Vilardi, que defende Bolsonaro, classificou como absurda a imposição das medidas restritivas: “A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”, declarou.

Segundo informações, a PF teria encontrado US$ 14 mil em espécie na casa do ex-presidente — dado que, para apoiadores, é insuficiente para sustentar qualquer acusação grave, mas útil para alimentar narrativas de criminalização.

Em meio ao cerco, Bolsonaro não deixou de reagir. Na véspera, durante entrevista coletiva no Senado, ele rebateu as suspeitas de golpe de Estado: “Eu não tenho que provar que sou inocente. Eles é que têm que provar que sou culpado. Tudo são suposições”. E reiterou: “É uma injustiça que estão fazendo comigo e com as pessoas que estão presas. Ninguém tentou dar um golpe”, afirmou, lembrando que sequer estava no Brasil durante os atos de 8 de janeiro. “Eu estava nos Estados Unidos, não estava aqui. Não tem nenhum ‘zap’ meu, uma mensagem para ninguém sobre o 8 de janeiro”, reforçou.

Para muitos, trata-se de uma tentativa clara de silenciar quem representa milhões de brasileiros insatisfeitos com o sistema atual. O deputado Sóstenes Cavalcante resumiu o sentimento entre aliados: “Só há um ‘delírio’: enfrentar o sistema. […] Isso não é justiça. É censura. É a tentativa desesperada de calar quem ainda representa milhões. Enquanto corruptos são soltos, um ex-presidente é vigiado como bandido. Mas, quem tem a verdade como escudo, não teme a mentira de toga. A história está anotando tudo, e o povo também”.

No centro das suspeitas, rumores apontam que o desgaste político possa estar ligado à recente citação de Bolsonaro por Donald Trump, que impôs uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros. Mesmo sem passaporte, retido desde fevereiro, Bolsonaro declarou estar disposto a dialogar com Trump: caso tivesse o documento liberado, tentaria negociar pessoalmente a questão tributária que afeta o Brasil.

Para muitos conservadores, o ex-presidente permanece sendo um obstáculo para aqueles que desejam uma oposição submissa e controlada. A cada nova medida extrema, cresce entre seus apoiadores a convicção de que a história não será escrita apenas em tribunais, mas nas ruas e nas urnas.

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