O imigrante deportado dos EUA alega que sofreu maus-tratos na prisão em El Salvador, relatando que compartilhava uma cela de três metros quadrados com outros 20 venezuelanos.
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
O venezuelano Neiyerver Adrián Leon Rengel, 27 anos, deu entrada nessa quinta-feira (24) em um processo contra o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS), protestando contra sua detenção e deportação para El Salvador.
Rengel, que trabalhava como barbeiro no Texas antes de ser removido, denuncia maus-tratos durante os 4 meses que ficou preso no Centro de Confinamento de Terrorismo (Cecot) e pede uma indenização de US$ 1,3 milhão do governo dos EUA.
Inicialmente ele apresentou uma queixa administrativa, o 1° passo necessário antes de se entrar com uma ação na Justiça federal norte-americana. Seus advogados disseram que essa é a primeira queixa entre os 252 venezuelanos deportados dos EUA para El Salvador em março deste ano.
Prisão
O imigrante venezuelano foi preso no dia 13 de março, dia de seu aniversário, no estacionamento do complexo residencial onde morava, em Irving, Texas. Os agentes da imigração disseram que suas tatuagens indicavam uma ligação com a gangue Tren de Aragua, o que ele refuta.
As autoridades dos EUA utilizaram a Lei de Inimigos Estrangeiros, de tempos de guerras, para justificar a captura e remoção de Rengel e dos outros 251 imigrantes venezuelanos. A ação atendeu à determinação do governo Trump de fazer deportações em massa de imigrantes ilegais.
Rengel descreve na queixa as más condições no Cecot, relatando que ficou com outros 20 venezuelanos em uma cela de aproximadamente três metros quadrados, limpa apenas uma vez por semana. Ele afirma que os presos dificilmente saíam, não tinham acesso a medicamentos e não podiam fazer atividades físicas ou falar com advogados e parentes.
O imigrante, libertado na semana passada, em uma troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e a Venezuela, mora atualmente no estado venezuelano de Miranda e não pretende voltar aos Estados Unidos.
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