Tonya Beauty Medical Spa na mira da polícia: estética sem licença causa necrose em paciente

Brasileira de 29 anos é acusada de realizar procedimentos estéticos sem licença na Flórida, provocando necrose em paciente e gerando mais de 20 acusações criminais; caso expõe rede de fraudes na clínica Tonya Beauty Medical  Spa.
Por Redação | GNEWSUSA

O caso da brasileira Gabriela Magalhães Pereira, 29 anos, que chocou os Estados Unidos, segue sendo acompanhado de perto pelo repórter investigativo Thathyanno Desa, que reúne documentos, entrevistas e relatos de vítimas sobre as práticas da clínica Tonya Beauty Medical Spa e de seus parceiros. A brasileira foi presa em 29 de julho de 2025 e liberada após pagar uma fiança de US$ 29.750, mas responde em liberdade a um extenso processo criminal.

Gabriela

De acordo com as investigações, Gabriela é acusada de ter realizado ilegalmente um procedimento estético a laser, o que resultou em graves queimaduras, bolhas e até necrose na pele de uma cliente.

Além disso, um investigador identificou diversas licenças vencidas através do Departamento de Saúde da Flórida, incluindo a da proprietária do estabelecimento, Tonya Silva Pereira, de 43 anos. Tonya Pereira já havia recebido uma ordem de cessar e desistir do departamento por exercer atividades médicas sem a devida autorização.

Tratamento perigoso: “8 sessões de dor e risco”, conta paciente

O procedimento, feito na região da papada, teria sido realizado com um equipamento de Endolaser mantido em contato com a pele por um tempo excessivo, provocando as lesões.

Mesmo após os danos, a paciente continuou retornando à clínica. Em ao menos 8 novas sessões, Gabriela tentou reparar os ferimentos utilizando injeções de dexametasona (um potente corticoide) e luz vermelha por 20 minutos, tudo sem qualquer respaldo legal.

Acusações formais contra Gabriela

Gabriela responde a mais de 20 acusações criminais, que incluem crimes de alto impacto contra a saúde pública. Entre eles:

  • Exercício ilegal da medicina – praticar atos médicos sem possuir licença, o que é considerado crime grave nos EUA.
  •  Atuação sem licença na área da saúde – realizar procedimentos restritos a profissionais autorizados pelo Florida Board of Medicine.
  • Distribuição ilegal de medicamentos – fornecer e aplicar remédios de uso controlado, como a dexametasona, sem prescrição válida.
  •  Fraude e falsa representação profissional – apresentar-se como profissional habilitada, induzindo clientes ao erro.
  •  Negligência e imperícia – conduzir procedimentos de alto risco sem treinamento técnico adequado.
  • Prática de procedimentos invasivos sem consentimento legal – aplicar técnicas médicas sem o devido registro ou supervisão.
  • Uso indevido de equipamento médico restrito – manipular aparelhos como o Endolaser, cujo uso só é permitido a médicos ou profissionais com licença específica.

Cada uma dessas acusações pode resultar em penas que variam de multas pesadas a longos períodos de prisão, além da possibilidade de deportação imediata após a conclusão do processo.

A Imagem de profissional e a rede de clientes

Gabriela se apresentava como uma esteticista regularizada, oferecendo seus serviços em troca da autorização para divulgar imagens das clientes nas redes sociais da clínica. A Tonya Beauty, localizada em Orlando, ganhou notoriedade entre brasileiras e turistas por oferecer preços mais acessíveis do que os praticados em clínicas regulamentadas — o que atraiu atrizes, cantoras e influenciadoras do Brasil.

Agora, a própria clínica é alvo de investigação pelas autoridades estaduais da Flórida, que apuram conivência, negligência e fraude publicitária.

RELATO DA VÍTIMA: entre feridas e frustração

Evidências, mensagens de WhatsApp

As suspeitas sobre as práticas da Tonya Beauty não são recentes. Em 2020, a esteticista licenciada nos EUA, Inês Regina de Lacerda, pagou US$ 3.300 para participar do curso “Protocolo Dermo Facial & Anatomia Aplicada”, amplamente divulgado como sendo realizado em Harvard. No entanto, as aulas aconteciam em um espaço comercial alugado dentro da universidade, sem qualquer vínculo oficial com a instituição. O curso foi adiado por conta da pandemia e, ao retomar, Inês descobriu que um dos palestrantes, Dr. Lucas, colaborador da clínica na época, atuava sem licença nos EUA e já havia causado intercorrências em pacientes. Desencantada, ela desistiu do programa.

O curso foi organizado em parceria com Michael Czerwinsk, responsável pela divulgação e proprietário da chamada American Anatomy Association. Embora anunciado para profissionais da estética, o programa era oferecido de forma indiscriminada, inclusive a pessoas sem habilitação para procedimentos invasivos — prática proibida nos EUA.

Ao todo, cerca de 50 pessoas chegaram a se inscrever. Inês, uma delas, tentou diversas vezes obter o reembolso integral, entrou em contato com Tonya Silva Pereira, enviou notificação extrajudicial em 2021, mas não teve sucesso. Atualmente, move uma ação judicial no Brasil, já que o contrato previa foro brasileiro.

Depoimento de Sandra Morais Sá 

“Fui usada como cobaia por Michael Czerwinsk”: paciente denuncia abandono e brutalidade em procedimento estético

imagens fortes

Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O diploma apresentava o selo do estado de Massachusetts de forma indevida, já que não havia autorização oficial para sua utilização.

“Tudo começou quando o fio aplicado no procedimento começou a dar problema. Entrei em contato com eles tenho tudo registrado. Negaram socorro, disseram que eu estava louca e que haviam feito tudo certo. Mas a situação só foi piorando.

Graças a Deus tive condições de resolver sozinha o que foi feito. Fui cortando os fios por conta própria, completamente desamparada, sem receber um mínimo de suporte. Se eu não tivesse conhecimento e, principalmente, se Deus não tivesse me dado tempo e forças, eu não estaria viva hoje para relatar o que fizeram comigo.

Foi uma brutalidade total. Fui enganada, usada. Tenho certeza de que tudo já estava premeditado, porque antes me ligaram confirmando se eu iria, e no momento havia alunos assistindo a tudo.

É muito sério o que fizeram. Acredito que estão utilizando pessoas como cobaias para treinar suas técnicas e desenvolver procedimentos que depois colocam no mercado. Foi exatamente isso que fizeram comigo.”

Mais clientes insatisfeitos

 

“Fiz uma micropigmentação de sobrancelhas com Tonya em 2019 e foi uma das piores experiências da minha vida. O resultado ficou totalmente desproporcional: sobrancelhas grossas, arcos exageradamente altos e completamente diferentes uma da outra. Chorei durante uma semana inteira.
Mesmo após 8 sessões de laser em 6 anos, ainda carrego as marcas no rosto. Tonya mente ao dizer que o procedimento é temporário e desaparece em até 2 anos. Além disso, não me deu suporte quando reclamei do resultado, apenas disse que um lado estava mais inchado.
Não recomendo de forma alguma. Meu conselho é: cuidem das suas sobrancelhas de forma natural ou com maquiagem comum. O risco de um procedimento mal feito é alto demais e pode te deixar sem reconhecer o próprio rosto no espelho.”

Nosso repórter investigativo Thathyanno Desa também encontrou reclamações no Google. Seguem abaixo:

 

 

 

 

 

 

 

 

Repercussões e clima de desconfiança

A prisão de Gabriela repercutiu fortemente entre a comunidade brasileira na Flórida, levantando questionamentos sobre a fiscalização de clínicas que operam sem a devida regulamentação. Advogados afirmam que, caso condenada, Gabriela poderá ser proibida de voltar a exercer qualquer função na área de estética em território americano e ainda responder por indenizações civis milionárias.

Enquanto o processo segue em tramitação, novas vítimas têm procurado as autoridades para relatar intercorrências semelhantes, o que pode agravar ainda mais a situação criminal da acusada e aumentar a pressão sobre a clínica Tonya Beauty e seus parceiros.

A redação da GNEWSUSA entrou em contato com Tonya da Silva Pereira, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno. O espaço permanece aberto para que a citada se manifeste, caso queira.

Nosso repórter investigativo Thathyanno Desa seguirá acompanhando o caso de perto, sempre contribuindo para que não haja mais vítimas.
Se você tiver qualquer informação que possa ajudar nas investigações, entre em contato imediatamente pelo WhatsApp: +1 (617) 970-8850.
Sua denúncia pode fazer a diferença!

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