Brasil concentra mais de 90% dos casos de febre Oropouche nas Américas em 2025

Legenda: A disseminação do vírus, transmitido principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis, tem aumentado nas Américas. Foto: © Unsplash/Shardar Tarikul Islam
País registra quase 12 mil infecções e cinco mortes; OPAS reforça alerta para vigilância e controle vetorial.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) divulgou nova atualização epidemiológica sobre a febre Oropouche, doença viral transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis. Até 27 de julho, foram confirmados 12.786 casos em 11 países, sendo o Brasil responsável por 11.888 registros — mais de 90% das notificações de toda a região das Américas.

O surto atual marca o maior número de casos da doença já registrado no continente. O Brasil também reportou cinco mortes, além de complicações neurológicas e óbitos fetais em investigação. Os estados com maior concentração de ocorrências são Espírito Santo (6.322) e Rio de Janeiro (2.497), mas casos foram identificados em 20 unidades da federação.

Distribuição dos casos confirmados em 2025

  • Brasil: 11.888

  • Panamá: 501

  • Peru: 330

  • Cuba: 28

  • Colômbia: 26

  • Venezuela: 5

  • Guiana: 1

  • Casos importados: Uruguai (3), Chile (2), Canadá (1) e Estados Unidos (1)

A doença, caracterizada por febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulares, pode ter evolução benigna com recuperação em duas a três semanas. No entanto, até 60% dos pacientes apresentam recidivas e, em situações raras, a infecção pode causar meningite ou encefalite. Gestantes também estão em maior risco, com registros de possíveis danos ao feto.

Em 2024, foram notificados 16.239 casos em 11 países e um território, incluindo quatro mortes. A expansão atual preocupa especialistas devido à chegada da doença a áreas não endêmicas e urbanas, como em Cuba. Mudanças climáticas, desmatamento e urbanização em áreas de selva são apontados como fatores que favorecem a proliferação do vetor.

Medidas de resposta recomendadas pela OPAS

  • Vigilância epidemiológica: monitorar a disseminação em áreas de transmissão autóctone e identificar rapidamente novos focos.

  • Controle de vetores: eliminar criadouros de maruins, remover ervas daninhas e adotar práticas agrícolas sustentáveis.

  • Proteção individual: uso de mosquiteiros, repelentes com DEET, IR3535 ou icaridina, roupas de proteção e atenção especial a gestantes e trabalhadores rurais.

  • Manejo clínico: diagnóstico precoce e diferencial com dengue, tratamento sintomático para dor e febre, hidratação e acompanhamento de possíveis complicações.

Ainda não existe vacina nem tratamento antiviral específico contra a febre Oropouche. O controle depende da prevenção de picadas e do fortalecimento da vigilância epidemiológica em toda a região. A OPAS segue apoiando os países com orientações técnicas para diagnóstico, manejo clínico e estratégias de contenção da doença.

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