Brasil em revolta: manifestantes desafiam o STF e o governo Lula nas ruas

Manifestações pró-Bolsonaro reúnem milhares em diversas capitais do país; críticas a Alexandre de Moraes, pedidos de impeachment e apoio à anistia marcam os discursos.

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

São Paulo- Neste domingo (3), o Brasil foi palco de manifestações massivas em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, com pautas centralizadas no impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no clamor por anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

O movimento, intitulado “Reaja Brasil”, foi liderado por figuras da direita como o pastor Silas Malafaia, e atraiu multidões em pelo menos 37 cidades, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Goiânia e Belém.

Avenida Paulista tomada por críticas ao STF e pedidos de anistia

Em São Paulo, a Avenida Paulista ficou completamente lotada, segundo líderes do PL. “Jamais esperei tanta gente nas ruas. É o povo dizendo: chega!”, afirmou Valdemar da Costa Neto, presidente do PL. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) destacou: “Eu nunca vi a Paulista tão cheia como hoje”, ao passo que Paulo Bilynskyj (PL-SP) comparou o ministro Moraes ao PCC, afirmando que ambos foram sancionados pelos EUA.

Durante os discursos, a figura de Moraes foi alvo constante de críticas. “Alexandre de Moraes, você vai pagar aqui na terra e na eternidade com Deus”, disse Sóstenes, sob aplausos da multidão.

Gritos contra Moraes e Lula ecoam nas capitais

No Rio de Janeiro, o ato reuniu milhares na Avenida Atlântica, em Copacabana, com a presença de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do governador Cláudio Castro. Flávio chamou a sanção americana contra Moraes de “vergonha brasileira”.

Em Belém, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro conduziu o evento. “Hoje celebramos o fim da censura no Brasil”, disse. Afirmou ainda que o movimento marca “o nascimento da reação popular contra as injustiças do atual governo”.

Em Goiânia, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) foi incisivo: “Moraes, o tempo do medo acabou. O Brasil voltou para as ruas”, disse, sob forte aclamação popular.

Clamor por anistia e liberdade de expressão

Muitos manifestantes levaram cartazes pedindo “Anistia Já”, outros rotulavam Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Hugo Motta (Republicanos-PB) como “Inimigos da Nação”. A palavra de ordem era clara: liberdade de expressão, impeachment e oposição ao Judiciário.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também discursou em São Paulo e Belo Horizonte, reforçando a mensagem de resistência: “Tentaram calar um homem, levantaram milhões de vozes”.

Relatos emocionados de manifestantes

A manicure Norma de Almeida Ferreira, 38 anos, foi uma das manifestantes que viajaram para São Paulo. “Vim lutar pelo futuro da minha filha. Não aceito viver em uma ditadura disfarçada de democracia”, disse. Para ela, as sanções dos EUA são um sinal de que a pressão internacional pode provocar mudanças. “Moraes não é rei, não é dono do Brasil. Deus vai colocá-lo no lugar dele”, completou.

A professora aposentada Paula Marsocchi, 71 anos, também criticou a conduta do ministro. “Um juiz que mostra o dedo do meio não é digno do Supremo”, disse, se referindo ao gesto feito por Moraes em jogo do Corinthians.

Falas simbólicas: “Ele não pode falar, mas nós falamos por ele”

O deputado Marco Feliciano (PL-SP) lembrou as restrições impostas a Bolsonaro. “Ele não pode falar, mas nós falamos por ele”, afirmou. Feliciano também culpou Moraes pelo aumento de tarifas impostas pelos EUA ao Brasil, mencionando a tentativa de negociação com senadores: “Só existe uma moeda de troca: anistia já!”.

As manifestações deste domingo escancararam o descontentamento de parcela significativa da população com o STF, especialmente com Alexandre de Moraes, e reforçaram o apoio a Jair Bolsonaro mesmo diante das restrições judiciais. A mobilização nacional evidencia um cenário político cada vez mais polarizado, onde a voz das ruas volta a ter papel central no debate democrático.

A expectativa agora gira em torno de como o Congresso e o Judiciário irão reagir diante da pressão crescente por anistia, limites ao poder judicial e transparência institucional.

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