Brasil: PF extradita brasileira acusada de golpes de extorsão por aplicativos de relacionamento

Investigada foi localizada em Portugal com auxílio da cooperação policial internacional e entregue ao sistema prisional paulista; esquema envolvia múltiplas vítimas enganadas pela internet.

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

São Paulo/SP – A Polícia Federal realizou, na última quinta-feira (14/8), a extradição de uma cidadã brasileira acusada de liderar um esquema de extorsão virtual contra diversas vítimas em Guaratinguetá, interior de São Paulo. Segundo as investigações, a mulher utilizava aplicativos de relacionamento para se aproximar de pessoas, conquistar sua confiança e depois aplicar golpes que resultavam em prejuízos financeiros significativos.

De acordo com a Vara Criminal de Guaratinguetá, responsável pelo mandado de prisão preventiva, a investigada criava perfis falsos em plataformas de encontros, estabelecendo contato com homens de diferentes idades e perfis socioeconômicos. Após conquistar a confiança das vítimas, passava a exigir vantagens financeiras, utilizando-se de ameaças e chantagens.

O golpe é conhecido como “extorsão afetiva” ou “sextorsão”, prática criminosa que vem crescendo em diversos países, envolvendo uso indevido de conversas íntimas ou falsas alegações para constranger as vítimas.

As apurações começaram após denúncias de vítimas locais que procuraram a Polícia Civil e, posteriormente, a Polícia Federal. Diante da gravidade dos fatos e da comprovação de múltiplas ocorrências, a Justiça paulista decretou a prisão preventiva da investigada.

A acusada havia deixado o Brasil e se estabelecido em Portugal, onde acreditava estar fora do alcance das autoridades nacionais. No entanto, graças à cooperação internacional — envolvendo a Polícia Federal, a Interpol e autoridades portuguesas —, foi possível identificar sua localização e iniciar o processo de extradição.

Esse tipo de articulação entre forças policiais de diferentes países é considerado essencial no combate ao crime organizado e às práticas ilícitas que se aproveitam do ambiente digital, frequentemente transnacional por natureza.

Após a prisão no território português e a tramitação dos processos legais, a brasileira foi formalmente extraditada para o Brasil. Ela desembarcou em São Paulo sob custódia da Polícia Federal e, em seguida, foi encaminhada ao sistema prisional paulista, onde permanecerá à disposição da Justiça.

Para as autoridades, a extradição representa não apenas uma vitória no caso específico, mas também um recado para criminosos que acreditam estar impunes fora do país. O delegado responsável pelo caso destacou que “a internet não é terra sem lei e, mesmo fora do território nacional, criminosos podem ser localizados e responsabilizados por seus atos”.

O caso também serve de alerta para os usuários de aplicativos de relacionamento. A Polícia Federal orienta a população a desconfiar de abordagens suspeitas, evitar compartilhar informações pessoais e não enviar recursos financeiros a pessoas conhecidas exclusivamente em ambiente virtual.

Agora sob custódia no Brasil, a investigada deverá responder pelos crimes de extorsão e ameaça, cujas penas podem ultrapassar dez anos de reclusão, dependendo da soma das condenações. O processo seguirá em tramitação na Vara Criminal de Guaratinguetá/SP.

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