Brasil: Polícia Federal desmonta esquema milionário de garimpo ilegal na Amazônia e prende suspeito armado

Operação Cupim de Aço mira financiadores de garimpos ilegais na Amazônia Legal e prende suspeito por porte ilegal de arma.

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira (8), a Operação Cupim de Aço para investigar o financiamento de garimpos ilegais no entorno da Terra Indígena Apyterewa, localizada na Amazônia Legal.

Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nos estados do Pará e Tocantins, resultando na prisão em flagrante de um homem por porte ilegal de arma de fogo. As ações ocorreram em três endereços do distrito da Taboca, no município de São Félix do Xingu (PA), e em dois alvos no Tocantins — um em Araguaína e outro em Campos Lindos, onde ocorreu a prisão.

Durante as diligências, os policiais federais apreenderam mídias digitais, veículos, joias, armas e outros elementos de prova que deverão fortalecer o andamento das investigações. Segundo a PF, a apuração começou após monitoramento remoto identificar degradação ambiental na região. Em maio de 2024, uma ação presencial constatou garimpo ilegal de cassiterita em plena atividade, permitindo que os agentes identificassem os financiadores e o arrendatário da área utilizada para extração mineral.

A investigação segue agora para medir o prejuízo econômico causado, calcular a extensão dos danos ambientais, localizar outros pontos de garimpo e identificar novos envolvidos no esquema.

Ligação com operações anteriores

O caso se conecta a uma série de operações para combater crimes ambientais no entorno da Terra Indígena Apyterewa. Em julho de 2024, a Operação Aurum Protectio, realizada pela PF em parceria com o Ibama, fechou seis garimpos ilegais de ouro e cassiterita no distrito da Taboca. Na ocasião, foram apreendidas e inutilizadas máquinas e equipamentos usados na mineração ilegal. Os trabalhadores eram encontrados em condições degradantes, com alojamentos improvisados, banheiros inadequados e água imprópria para consumo, levando ao indiciamento dos responsáveis também pelo crime de redução de trabalhadores à condição análoga à de escravo.

As ações integram o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (ADPF 709/2020), que determinou a desintrusão das terras indígenas Apyterewa e Kayapó. A PF destacou que a mineração ilegal na região impacta gravemente o meio ambiente e a qualidade de vida das comunidades indígenas, causando destruição de rios, florestas e ameaçando a segurança alimentar e cultural dos povos tradicionais.

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