Nova fábrica da Hemobrás, em Pernambuco, vai fabricar 100% dos hemoderivados usados pelo SUS até 2027, reduzindo a dependência de importações.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O Brasil deu um passo histórico rumo à independência na produção de medicamentos essenciais com a inauguração, nesta quinta-feira (14), da nova fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Goiana (PE). A unidade vai produzir medicamentos feitos a partir do plasma humano coletado em doações voluntárias em todo o país, garantindo mais segurança ao Sistema Único de Saúde (SUS) e reduzindo a necessidade de importações.
Com investimento de R$ 1,9 bilhão, a planta industrial vai fabricar medicamentos de alto custo, como albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX — usados no tratamento de queimados graves, pacientes de UTI, hemofilias, doenças raras e em grandes cirurgias.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a fábrica representa avanços importantes para a saúde, o SUS, a segurança sanitária e a soberania nacional.
A presidente da Hemobrás, Ana Paula Menezes, reforçou que a nova unidade transforma o plasma doado pela população em medicamentos essenciais, beneficiando pessoas com hemofilia e outras doenças que dependem desse tratamento.
Atualmente, a Hemobrás abastece o SUS com produtos obtidos por meio de acordos de transferência de tecnologia. Em 2024, a empresa entregou um recorde de 552 mil frascos de hemoderivados e 870 milhões de unidades internacionais de medicamentos recombinantes.
Com a nova fábrica, o Brasil terá capacidade de processar, em até quatro anos, 500 mil litros de plasma por ano, resultando em seis tipos de medicamentos. A produção será ampliada gradualmente, com previsão de alcançar 100% da fabricação nacional até 2027.
A Hemobrás recolhe plasma excedente de 72 hemocentros públicos e serviços de hemoterapia de todo o país. Hoje, parte desse material é processado no exterior, mas a nova estrutura permitirá que a maior parte da produção seja feita no Brasil, fortalecendo a indústria de biotecnologia e o Complexo Econômico-Industrial da Saúde.
Até 2027, a empresa deve fornecer exclusivamente ao SUS seis hemoderivados produzidos no país: albumina, imunoglobulina, fator VIII, fator IX plasmáticos, complexo protrombínico e fator de Von Willebrand. Mais de 30 mil pessoas com coagulopatias e milhões de brasileiros que precisam de albumina ou imunoglobulina serão beneficiados.
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