Rússia pode testar míssil nuclear Burevestnik em meio a cúpula com Trump; especialistas alertam para ineficácia e riscos de segurança.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Imagens recentes de satélite sugerem que a Rússia pode estar se preparando para um novo teste do 9M730 Burevestnik — um míssil de cruzeiro nuclear de longo alcance e autonomia teórica ilimitada, projetado para identificar seu alvo apenas no momento de acionar a ogiva atômica.
A informação vem à tona em um momento sensível: Donald Trump e Vladimir Putin se reúnem no Alasca para uma cúpula destinada a discutir um possível cessar-fogo na Guerra da Ucrânia. Especialistas militares afirmam que há sinais de movimentação em uma área remota do Ártico, onde já ocorreram testes anteriores do Burevestnik, embora considerem improvável que um lançamento ocorra antes do encontro presidencial.
A divulgação dessas informações levanta dúvidas sobre possíveis motivações estratégicas. Alguns analistas veem o vazamento como uma forma de pressionar Moscou; outros, como um lembrete às autoridades norte-americanas sobre o poderio nuclear russo — ainda equivalente ao dos Estados Unidos. Outra possibilidade é que o teste já estivesse programado e possa ser adiado devido à natureza inesperada da cúpula, anunciada por Trump na última sexta-feira (8).
O histórico do Burevestnik, no entanto, é marcado por insucessos. Desde o início do programa, estima-se que ao menos 13 testes tenham sido realizados, com poucos êxitos. O episódio mais grave ocorreu em 2019, quando um acidente durante um ensaio envolvendo a bateria nuclear do míssil matou cinco pessoas e provocou um pico localizado de radiação, reacendendo temores internacionais e memórias do desastre de Chernobyl.
Apesar de décadas de pesquisas desde a Guerra Fria, nem Rússia nem Estados Unidos conseguiram desenvolver motores nucleares plenamente funcionais para sistemas de armamento. O Burevestnik, assim, permanece um símbolo mais de ambição estratégica do que de capacidade operacional comprovada.
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