Estudo revela impacto duradouro de castigos corporais na infância: Brasil está entre os países analisados

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Pesquisa da OMS mostra que punições físicas e agressões psicológicas afetam o desenvolvimento infantil e aumentam a probabilidade de comportamentos violentos na vida adulta.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um estudo internacional que associa diretamente os castigos corporais aplicados a crianças com consequências negativas duradouras — tanto para a saúde física e mental quanto para o comportamento social na vida adulta. A pesquisa, realizada em seis países, incluindo o Brasil, também envolveu Chile, Croácia, Índia, México e Ruanda.

O levantamento aponta que homens que sofreram violência física ou psicológica durante a infância apresentam maior propensão a cometer agressões contra seus parceiros íntimos. Entre as sequelas identificadas estão atitudes de gênero discriminatórias, envolvimento em brigas ou crimes, baixa autoestima, depressão e até comportamentos de risco, como pagamento por sexo.

Além disso, o estudo mostra que, quando adultos, esses indivíduos tendem a ter menor participação nas tarefas domésticas, dificuldade de comunicação com parceiros, baixa adesão a consultas pré-natais e resistência em tirar licença paternidade.

 Números alarmantes

A violência contra crianças é considerada pela OMS um problema de saúde pública global. O relatório estima que 1,6 bilhão de crianças no mundo sofram punições violentas dentro de casa — sendo que 1,2 bilhão são vítimas de castigos corporais, mesmo em idades muito precoces.

Dentre elas, cerca de 330 milhões têm menos de cinco anos e são regularmente submetidas a agressões físicas. Em 58 países analisados, até 17% das crianças sofreram violência severa, como pancadas na cabeça, rosto ou orelhas, e golpes repetidos e intensos.

A OMS alerta que essas práticas prejudicam o desenvolvimento social e cognitivo, afetando o desempenho escolar e as relações interpessoais ao longo de toda a vida.

 Impacto econômico

O documento também aponta que a violência contra crianças gera custos econômicos significativos. Estima-se que represente de 2% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) global anualmente, segundo dados do Banco Mundial. Só a falta de ação contra a violência escolar — que inclui o castigo corporal — pode gerar perdas de até US$ 11 trilhões em rendimentos a longo prazo.

Esses impactos econômicos incluem gastos com saúde física e mental, sistemas de proteção infantil, justiça criminal e redução do capital humano.

 Recomendação da OMS

O relatório reforça que não há benefícios comprovados do uso de castigos físicos na educação de crianças. Ao contrário, as evidências científicas demonstram múltiplos riscos à saúde e ao bem-estar.

A OMS defende que a proibição legal dessas práticas é necessária, mas não suficiente. É fundamental que governos, escolas e famílias recebam apoio para adotar métodos disciplinares positivos e não violentos, garantindo um ambiente seguro e saudável para o desenvolvimento infantil.

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