Autoridades de saúde reforçam alerta sobre riscos em áreas com presença de roedores; Brasil não registra infecções humanas desde 2005.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Na última terça-feira (19), o Departamento de Saúde Pública da Califórnia confirmou que um residente de South Lake Tahoe testou positivo para a peste bubônica, conhecida historicamente como “peste negra”. De acordo com as autoridades, o paciente pode ter sido infectado pela bactéria Yersinia pestis após a picada de uma pulga contaminada enquanto acampava na região.
O indivíduo está em tratamento médico e se recupera em casa. O caso reacendeu o alerta, já que em julho deste ano uma pessoa morreu no norte do Arizona, também nos Estados Unidos, após contrair a peste pneumônica, outra forma grave da doença.
Doença persiste em áreas naturais da Califórnia
Segundo Kyle Fliflet, diretor de Saúde Pública de El Dorado, a bactéria circula naturalmente em várias partes do estado.
“É importante que indivíduos tomem precauções para si e seus pets quando estiverem ao ar livre, principalmente ao caminhar ou acampar em locais com presença de roedores”, afirmou em comunicado.
Situação no Brasil
O Ministério da Saúde informa que o Brasil não registra casos humanos de peste desde 2005, quando houve o último episódio em Pedra Branca (CE). Atualmente, duas regiões do país são consideradas focos naturais da bactéria:
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Foco do Nordeste: abrange áreas do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco (com extensão para o Piauí), Alagoas e Bahia.
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Foco de Teresópolis (RJ): com áreas de risco delimitadas.
Também há áreas consideradas pestígenas em Minas Gerais, nos vales do Rio Doce e do Jequitinhonha, que funcionam como extensão do foco do Nordeste.
Como ocorre a transmissão?
A peste bubônica é transmitida principalmente por meio da picada de pulgas infectadas. Já na forma pneumônica, a infecção pode ocorrer pelo contato com gotículas expelidas pela tosse de pessoas doentes.
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Incubação: 2 a 6 dias (bubônica) e 1 a 3 dias (pneumônica).
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Transmissibilidade: ocorre durante a fase sintomática, quando há maior concentração da bactéria no organismo.
A pulga Xenopsylla cheopis, comum em roedores, é considerada o principal vetor da Yersinia pestis.
Diagnóstico e desafios
O diagnóstico é confirmado a partir do isolamento da bactéria em amostras de sangue, escarro ou aspirado de bubão. Técnicas como ELISA, imunofluorescência direta e hemocultura também são utilizadas.
O Ministério da Saúde destaca que, em alguns casos no Brasil, a peste bubônica pode ser confundida com a leishmaniose tegumentar americana, devido à semelhança dos sintomas iniciais. Isso torna o diagnóstico desafiador, sobretudo em áreas onde a doença não é esperada.
Notificação imediata
Segundo a Portaria de Consolidação nº 4/2017, todos os casos suspeitos ou confirmados de peste devem ser notificados em até 24 horas às autoridades de saúde, por telefone, e-mail ou outros meios de comunicação.
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