Paciente de Maryland foi diagnosticado com infestação pela Cochliomyia hominivorax; autoridades garantem baixo risco à saúde pública, mas pecuaristas temem impacto econômico.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos anunciou, no domingo (24), a confirmação do primeiro caso humano de infestação pela Cochliomyia hominivorax, conhecida como mosca da bicheira ou New World screwworm. O paciente, residente no estado de Maryland, havia retornado recentemente de uma viagem a El Salvador. O diagnóstico foi feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em 4 de agosto.
Segundo Andrew G. Nixon, porta-voz do departamento de saúde, “o risco para a saúde pública nos Estados Unidos devido a essa introdução é muito baixo”. Ainda assim, o registro reacende preocupações entre produtores de gado e especialistas em saúde animal, já que a praga pode ter impactos devastadores na pecuária.
De acordo com informações, a notícia chega em um momento delicado para o setor, que já está em alerta devido ao avanço da praga na América Central e no sul do México. A possibilidade de migração da mosca para o norte preocupa criadores de bovinos e comerciantes de carne, que temem prejuízos econômicos caso haja surtos em rebanhos norte-americanos.
A confirmação do caso ocorre dias após a secretária do Departamento de Agricultura dos EUA, Brooke Rollins, visitar o Texas, na fronteira com o México. Na ocasião, ela anunciou planos para a construção de uma instalação destinada à produção de moscas esterilizadas, uma das principais estratégias para conter a disseminação do parasita.
Apesar da garantia oficial de baixo risco, a comunicação entre órgãos de saúde e veterinários estaduais foi alvo de críticas. Beth Thompson, veterinária da Dakota do Sul, relatou ter descoberto a ocorrência por outros meios e afirmou que o CDC não foi totalmente transparente ao compartilhar informações.
O que é a Cochliomyia hominivorax
A mosca da bicheira deposita ovos em feridas abertas de animais de sangue quente, incluindo seres humanos. As larvas, ao eclodirem, penetram na carne viva, podendo causar destruição extensa dos tecidos e até levar à morte do hospedeiro caso não haja tratamento imediato. Embora rara em humanos, a infestação pode ser fatal em pessoas e animais.
Os sintomas incluem feridas que não cicatrizam, dor persistente, odor desagradável, presença de larvas visíveis em lesões abertas e até infecções em cavidades como nariz, boca e olhos. O CDC alerta que qualquer caso suspeito deve receber atenção médica urgente.
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