Homem é resgatado após 20 anos de cativeiro mantido por pai e madrasta nos EUA

Homem mantido em cativeiro pelo pai e pela madrasta durante duas décadas foi resgatado em fevereiro deste ano pesando apenas 32 quilos.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

Um caso chocante veio à tona em Waterbury, Connecticut, Estados Unidos, após o resgate de um homem de 32 anos que teria vivido em cativeiro por duas décadas, sob o controle de seu pai e madrasta. A vítima, pesando apenas 32 quilos, conseguiu chamar a atenção das autoridades em fevereiro deste ano ao provocar um incêndio propositalmente para pedir socorro.

De acordo com relatos de pessoas próximas à família, denúncias sobre comportamentos suspeitos e condições de vida precárias vinham sendo feitas desde a infância do homem. Entre 1996 e 2005, vizinhos, professores e colegas registraram pelo menos seis queixas ao Departamento de Crianças e Famílias (DCF) do estado. Porém, todas foram arquivadas por falta de provas.

Uma revisão interna feita pelo DCF após o resgate apontou que, na época, as investigações seguiram os protocolos vigentes. A comissária Jodi Hill-Lilly afirmou, em comunicado, que cada notificação foi respondida com visitas — algumas agendadas, outras inesperadas — e que as crianças foram entrevistadas separadamente quando possível. As condições da residência foram analisadas, mas não foram encontrados indícios médicos que justificassem o baixo peso ou o comportamento alimentar da vítima.

O órgão explicou que, até 2018, a legislação local só permitia entrevistas com crianças sem autorização dos pais em casos de abuso comprovado, o que dificultava investigações de suspeitas de negligência. Documentos policiais mostram que, após o menino ser retirado da escola, houve pelo menos duas chamadas à polícia. Em uma delas, em abril de 2005, colegas denunciaram seu desaparecimento prolongado; na ocasião, a madrasta disse às autoridades que ele estava sendo educado em casa.

Atualmente, a madrasta, Kimberly Sullivan, responde a acusações de sequestro, cárcere privado e crueldade contra o enteado. A defesa busca acesso total aos registros médicos da vítima, enquanto a acusação luta para preservar sua identidade, já que ele mudou de nome por segurança.

Vinte anos de confinamento

No hospital, o homem revelou detalhes de sua vida em cativeiro: passou a maior parte do tempo trancado em um pequeno quarto, sem receber cuidados médicos durante 20 anos. Alimentava-se, na maioria das vezes, de restos de comida e era obrigado a fazer suas necessidades em jornais ou urinar pela janela.

Ele relatou que tentou fugir aos 12 ou 13 anos, mas, após ser recapturado, seu quarto recebeu barreiras adicionais para impedir novas escapadas. Até o incêndio que resultou em seu resgate, a última visita da polícia à casa havia ocorrido em 2005, depois que o próprio pai denunciou o “assédio” relacionado ao bem-estar do filho.

Testemunhos de vizinhos e professores indicam que sinais de abuso e negligência eram visíveis muito antes de seu desaparecimento do convívio social, mas, apesar dos alertas, a intervenção eficaz nunca aconteceu.

 

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