Altineu Côrtes afirma que já avisou Hugo Motta sobre a decisão de colocar em votação o projeto que concede perdão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A movimentação em torno da proposta de anistia aos manifestantes do 8 de janeiro ganhou novo impulso nesta terça-feira (5), com a declaração do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ). O parlamentar afirmou que irá pautar o projeto assim que tiver a chance de assumir a presidência da Casa, mesmo que de forma interina.
A possibilidade de Côrtes comandar os trabalhos ocorre, por exemplo, durante viagens internacionais do atual presidente da Câmara, Hugo Motta. Segundo ele, a decisão já foi comunicada previamente.
“Eu, como vice da Câmara e do Congresso, sempre busquei equilíbrio e diálogo. Sempre respeitei Motta, que tem a pauta na sua mão. Diante dos fatos, já comuniquei Motta que, no primeiro momento em que eu exercer a presidência plena da Câmara, quando Motta se ausentar do país, irei pautar a anistia”, declarou.
O projeto de lei, que está parado na Câmara desde 2023, tem como objetivo conceder anistia aos condenados por envolvimento nos atos do 8 de janeiro. Embora não trate diretamente da situação de Jair Bolsonaro, a proposta é vista por aliados como um passo que pode beneficiar politicamente o ex-presidente, hoje inelegível até 2030.
Nos bastidores, a iniciativa de Altineu é considerada uma resposta à pressão crescente da base conservadora, que tem cobrado de forma intensa a votação da proposta. Protestos, mobilizações e ameaças de obstrução legislativa por parte da oposição marcaram os últimos meses, diante da resistência do governo e da falta de consenso entre os Três Poderes.
Enquanto Hugo Motta adotou postura mais cautelosa e optou por não colocar o requerimento de urgência em votação, Altineu agora se apresenta como uma esperança concreta para os que defendem o perdão aos manifestantes. A expectativa é que, com a pauta sendo efetivamente votada, se abra espaço para a construção de uma nova etapa de pacificação no país.
Leia mais
Ruanda aceita receber até 250 deportados pelos EUA de diversas nacionalidades
Faça um comentário