
Levantamento Datafolha mostra que petista é visto como principal responsável pela medida dos EUA; percentual supera os atribuídos a Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O impacto das tarifas adicionais aplicadas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros tem gerado forte debate no país. De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha neste sábado (16), 35% dos entrevistados responsabilizam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo tarifaço, imposto pelo governo de Donald Trump.
Embora o Planalto tente associar a origem das tarifas às movimentações da família Bolsonaro em Washington, o levantamento revela que um em cada três brasileiros vê o atual mandatário como o principal responsável pela crise.
Entre os entrevistados, 22% apontaram Jair Bolsonaro como culpado e 17% responsabilizaram o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), totalizando 39% que vinculam a medida à família do ex-presidente. Já o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, aparece citado por 15% dos participantes.
A pesquisa foi realizada nos dias 11 e 12 de agosto, em 113 municípios, com 2.002 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o índice de confiança é de 95%.
Outro dado relevante é o recorte por voto na eleição de 2022. Entre eleitores de Lula, apenas 11% acreditam que ele tem responsabilidade, enquanto 58% dos que votaram em Bolsonaro culpam diretamente o petista. O instituto também mediu a percepção sobre possíveis novos atritos: 40% dos brasileiros acreditam que Trump poderá adotar medidas adicionais contra o Brasil após a prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada por Alexandre de Moraes no início deste mês.
As tarifas, que entraram em vigor em 6 de agosto, elevaram a carga de importação de 10% para 50% sobre diversos produtos brasileiros, representando o maior aumento já aplicado por Washington contra o Brasil. O decreto assinado por Trump no dia 30 de julho acrescentou uma sobretaxa de 40% ao que já estava em vigor.
Em nota, a Casa Branca justificou a decisão alegando que o Brasil representa uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à economia e à política externa dos EUA, citando violações de direitos humanos, censura e perseguições políticas — principalmente relacionadas a ações do ministro Alexandre de Moraes. Apesar da rigidez da medida, cerca de 700 produtos, como suco de laranja, petróleo, veículos e aeronaves civis, ficaram de fora da lista de cobrança.
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