Com participação do Brasil e de outros 15 países, evento testa habilidades de robôs em futebol, corrida e tarefas técnicas; quedas frequentes revelam desafios e avanços da inteligência artificial.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
A China deu início nesta sexta-feira (15) aos Jogos Mundiais de Robôs Humanoides, uma competição internacional que reúne 280 equipes de 16 países, incluindo o Brasil, para mostrar os avanços em inteligência artificial e robótica. O evento, que ocorre ao longo de três dias em Pequim, destaca não apenas o desempenho técnico das máquinas, mas também o seu potencial para aplicações no mundo real.
Nas arenas, robôs disputam provas esportivas como atletismo, tênis de mesa, futebol e até boxe, além de enfrentarem desafios técnicos como diferenciação de medicamentos, manuseio de materiais e tarefas de limpeza.
Ao todo, participam 192 equipes universitárias e 88 empresas privadas, entre elas as chinesas Unitree e Fourier Intelligence, com robôs desenvolvidos principalmente por fabricantes locais como a Booster Robotics.
Quedas, colisões e aplausos
Apesar do espírito competitivo, os desafios são grandes, e nem sempre os robôs saem ilesos. Durante as partidas de futebol, quedas e colisões são frequentes. Em um dos jogos, quatro máquinas colidiram e caíram empilhadas no chão. Na prova de corrida de 1.500 metros, um robô tropeçou repentinamente, arrancando suspiros e aplausos da plateia.
Mesmo com os tombos, muitos conseguiram se levantar sozinhos, demonstrando avanços na autonomia e coordenação motora, o que foi amplamente aplaudido pelo público presente.
Mais que show: testes reais de tecnologia
De acordo com os organizadores, os jogos funcionam como um laboratório prático para testar e aperfeiçoar tecnologias robóticas, com aplicação direta em áreas como linhas de produção industrial, logística e assistência pessoal.
“As competições servem para experimentarmos novas abordagens de forma controlada. Se falharmos aqui, perdemos apenas um jogo, o que é melhor do que falhar em um projeto de milhões”, disse Max Polter, membro da equipe alemã HTWK Robots, ligada à Universidade de Ciências Aplicadas de Leipzig.
As partidas de futebol, por exemplo, são utilizadas para treinar robôs em tarefas de coordenação em grupo, com potencial uso futuro em operações colaborativas em fábricas.
Robôs como estratégia nacional
Com uma população envelhecendo rapidamente e diante da crescente concorrência tecnológica, a China está investindo bilhões de dólares em robótica e IA. O país tem promovido uma série de eventos de alto nível para acelerar o setor.
Nos últimos meses, a China organizou a primeira maratona de robôs humanoides do mundo, além de feiras tecnológicas e até lojas de varejo dedicadas exclusivamente a robôs.
Os ingressos para acompanhar os Jogos variam de 128 a 580 iuanes (cerca de R$ 96 a R$ 435), e o público compareceu em peso, dividindo espaço com pesquisadores, engenheiros e investidores de tecnologia.
Leia também:
Brasil: Polícia Federal desmonta rede de “laranjas” usada em fraudes bancárias eletrônicas

Faça um comentário