População deslocada é a mais afetada com aumento de cólera no Haiti, alerta ONU

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Falta de água potável, saneamento e recursos financeiros agrava crise sanitária em campos de deslocamento; mais de 2,8 mil casos suspeitos foram registrados desde dezembro de 2024.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

A crise sanitária no Haiti se agrava com o aumento de casos de cólera, especialmente entre a população deslocada internamente, segundo alertam as Nações Unidas. De acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), a maioria dos novos casos suspeitos da doença está concentrada em áreas de deslocamento, onde o acesso à água potável e ao saneamento básico é extremamente limitado.

Situação alarmante em meio à falta de recursos

Entre os dias 13 e 19 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou 34 novos casos suspeitos de cólera em seis departamentos do país. Cinco focos ativos de transmissão foram localizados, incluindo na capital Porto Príncipe e em regiões do norte do país. Segundo os dados mais recentes, desde dezembro de 2024, o Haiti já contabiliza mais de 2.800 casos suspeitos, 91 confirmados por laboratório e 36 mortes atribuídas à doença.

A ONU alerta que a escalada de casos ocorre em um contexto de grave crise humanitária e financeira. Dos US$ 908 milhões necessários para a implementação do Plano de Resposta e Necessidades Humanitárias de 2025, apenas 8,7% foram arrecadados até o momento.

“A resposta à cólera está severamente comprometida pela falta de financiamento, insegurança e deterioração das condições nos locais de deslocamento”, afirmou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, em coletiva à imprensa em Nova Iorque.

População deslocada vive sem acesso a serviços básicos

Os deslocados internos — pessoas forçadas a deixar suas casas devido à violência de gangues, desastres naturais e instabilidade política — são os mais vulneráveis. Muitos vivem em campos improvisados e superlotados, onde a água potável é escassa, e as instalações sanitárias são precárias ou inexistentes.

A Unicef, em parceria com outras agências humanitárias, tem distribuído comprimidos purificadores de água, sais de reidratação oral e instalado estações de lavagem de mãos em áreas críticas. No norte e no centro do país, latrinas estão sendo desinfetadas, casas tratadas com soluções sanitárias e educadores comunitários mobilizados para alertar a população sobre prevenção.

OMS colabora com autoridades locais

A OMS reforça seu apoio ao Ministério da Saúde do Haiti no gerenciamento de casos e na implementação de estratégias de contenção. Apesar dos desafios logísticos e financeiros, equipes continuam em campo oferecendo atendimento médico e reforçando as ações de vigilância epidemiológica.

A agência da ONU destaca que a cólera é uma doença evitável e tratável, mas requer resposta rápida, recursos adequados e infraestrutura básica de saneamento e saúde — fatores que hoje estão em colapso em várias regiões haitianas.

Apoio internacional é urgente

Organizações internacionais e a própria ONU fazem um apelo à comunidade internacional por financiamento emergencial, destacando que a crise de saúde no Haiti não pode ser ignorada.

“Sem uma resposta coordenada e investimento urgente, há risco real de novos surtos e mais mortes evitáveis”, reforça a nota oficial do OCHA.

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