Documento americano acusa o Brasil de ter papel central no fornecimento de insumos e drogas que fortalecem organizações criminosas internacionais.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O mais recente 2025 International Narcotics Control Strategy Report, divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA, cita o Brasil como um dos principais pontos de origem de substâncias químicas usadas na produção de entorpecentes.
Segundo o documento, o país está entre os “principais países de origem de precursores ou substâncias essenciais utilizados na produção de narcóticos ilícitos”. Essas substâncias, embora sejam comercializadas de forma legal, acabam, em parte, desviadas para a fabricação de cocaína, metanfetamina e fentanil, produtos que alimentam o mercado do crime organizado.
A análise americana coloca o Brasil no mesmo grupo de países como China, México, Índia, Alemanha e Países Baixos. O relatório frisa que essa classificação leva em conta fatores como volume de exportações, capacidade industrial e relevância nas cadeias logísticas, não significando, por si só, ausência de parceria no combate ao tráfico.
Ao contrário de nações como Afeganistão, Bolívia e Venezuela — apontadas como as que “falharam de forma demonstrável” no cumprimento de compromissos internacionais —, o Brasil recebeu reconhecimento pela manutenção de um “sistema de controle químico abrangente” e por sua atuação em conjunto com órgãos como o Conselho Internacional de Controle de Narcóticos (INCB).
Mesmo assim, a preocupação dos EUA com a ação de facções criminosas brasileiras permanece. O governo americano sugeriu que o Planalto classificasse o PCC e o Comando Vermelho como organizações terroristas, medida que, segundo especialistas em segurança, abriria caminho para sanções mais duras e cooperação judicial ampliada.
O Ministério da Justiça, no entanto, recusou o pedido, argumentando que a legislação brasileira não considera o narcotráfico como enquadramento possível para crime de terrorismo.
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