
Ministros do STF em encontro no Supremo Tribunal Federal. Foto: reprodução
Ministros do STF estudam alternativas para reduzir pressão dos EUA, sem favorecer Bolsonaro.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Em meio à crise diplomática com os Estados Unidos, integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) têm discutido, em conversas reservadas, uma espécie de “recuo possível” que não comprometa a condenação de Jair Bolsonaro. A proposta consiste em permitir que uma eventual anistia pós-condenação seja respeitada, mesmo que a Corte mantenha o entendimento sobre os atos de golpe de Estado.
A ideia busca evitar novas sanções americanas, sem que o STF precise interferir em decisões futuras do Congresso. Na prática, o Supremo continuaria a condenar os réus, mas não atuaria para derrubar a anistia aprovada pelos parlamentares.
Apesar da discussão, ministros garantem que a possibilidade de tornar Bolsonaro elegível para as eleições do próximo ano, como deseja Donald Trump, “não é sequer cogitada por integrantes do Supremo”. A preocupação maior é se a estratégia realmente conseguiria conter a pressão externa, mantendo a condenação intacta.
No Congresso Nacional, a oposição pressiona o presidente da Câmara, Hugo Motta, para que pautas importantes avancem. Um dos projetos exige o fim do foro privilegiado, retirando do STF a responsabilidade sobre ações contra deputados e senadores.
O segundo projeto defendido pelos parlamentares prevê a anistia para réus e condenados pelos atos do 8 de Janeiro. “Atualmente, parlamentares com processos no Supremo dizem temer suposta retaliação caso contrariem a posição de ministros”, apontam fontes da oposição.
Analistas políticos afirmam que o “recuo possível” do STF, se confirmado, representa uma tentativa de conciliar interesses internacionais com decisões internas, mas pode gerar questionamentos sobre independência judicial. Para governistas, no entanto, a medida seria vista como um passo positivo, já que preserva a possibilidade de Bolsonaro voltar a disputar eleições sem sofrer prejuízos legais imediatos.
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