Divulgação indevida de gravação da sessão de Erik gerou revolta familiar e pesou contra decisão de liberdade condicional do irmão.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Um vazamento de áudio de dez horas da audiência de liberdade condicional de Erik Menendez, liberado “por engano” pelo Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia, abalou diretamente a sessão do irmão, Lyle, realizada na última sexta-feira (22). A exposição inesperada do material causou indignação entre familiares, desestimulou depoimentos e antecedeu a negativa do conselho em conceder a liberdade, decisão que já havia sido tomada em relação a Erik no dia anterior.
Condenados pelo assassinato dos pais em 1989, em Beverly Hills, os irmãos tentam há anos conquistar a liberdade. O incidente elevou as tensões no julgamento de Lyle, especialmente após a divulgação de trechos em que Erik relatava abusos paternos e justificava as ações contra a mãe. A defesa, liderada por Heidi Rummel, criticou o que chamou de “espetáculo público” e alertou que a exposição prejudicou a imparcialidade da audiência, além de intimidar familiares dispostos a testemunhar.
Durante o depoimento de Tamara Goodell-Lucero, sobrinha-neta de Kitty Menendez, relatos de violência sofrida por Lyle na prisão foram interrompidos pelo impacto do vazamento. Já Teresita Menendez Baralt, irmã de Kitty, quase desistiu de ler sua declaração, mas emocionou-se ao afirmar acreditar no sobrinho e desejar sua volta para casa.
Apesar das objeções da defesa, a comissária Julie Garland manteve a presença da mídia, justificando transparência pública, enquanto o Ministério Público defendeu a continuidade da sessão. O clima de tensão expôs divergências sobre a proteção dos direitos das vítimas, a aplicação da Lei Marsy e a integridade do sistema judicial.
A decisão do conselho foi negativa, mas ainda cabe revisão pelo governador Gavin Newsom, que terá até 120 dias para confirmar ou alterar o resultado. O caso segue em evidência, em meio a debates mais amplos sobre abuso infantil, transparência judicial e os limites da exposição pública em processos de grande repercussão.
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