Zanin marca para 2 de setembro julgamento de Bolsonaro, a pedido de Alexandre de Moraes

Foto/Reprodução.

Defesa afirma que ex-presidente enfrenta “ambiente de massacre” e que parte da imprensa já antecipa condenação sem que julgamento tenha ocorrido.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA

O Supremo Tribunal Federal começará no dia 2 de setembro o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete ex-integrantes de seu governo no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A decisão foi anunciada pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, após pedido do relator, ministro Alexandre de Moraes, que recebeu as alegações finais do chamado “núcleo 1” do caso. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, esse grupo seria o principal do suposto plano, tendo Bolsonaro como líder — algo que a defesa nega categoricamente.

Além do ex-presidente, estão entre os réus o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro do GSI Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o ex-ministro Walter Braga Netto.

O julgamento foi distribuído em oito sessões, nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, em turnos de manhã e tarde. A Primeira Turma é composta por Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cármen Lúcia. São necessários três votos para formar maioria, mas qualquer ministro pode pedir vista e suspender a análise por até 90 dias.

No mês passado, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou a condenação de Bolsonaro por cinco crimes, entre eles a suposta tentativa de golpe, participação em organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A soma das penas, segundo ele, poderia ultrapassar 40 anos de prisão.

A defesa do ex-presidente reagiu afirmando que o processo ocorre em um clima de pressão e prejulgamento. Em documento enviado ao STF, destacou:

 “Os réus são tratados como golpistas, como culpados, muito antes de a defesa ser apresentada. Uma parte expressiva do país, a maioria da imprensa não quer um julgamento, quer apenas conhecer a quantidade de pena a ser imposta.”

 

Os advogados também classificaram o cenário como um “ambiente de massacre”, apontando que setores da imprensa já antecipam uma eventual prisão com base “em fontes não identificadas”.

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