Primeira Avaliação Nacional de Riscos Climáticos aponta que até 3 milhões de australianos podem ser afetados pela elevação do nível do mar em 2090 e perdas econômicas podem ultrapassar R$ 2 trilhões
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
A primeira Avaliação Nacional de Riscos Climáticos da Austrália (NCRA), divulgada nesta segunda-feira (15), soa o alarme para um futuro de impactos severos caso não haja uma redução drástica das emissões de poluentes provenientes de carvão, petróleo e gás. O documento prevê ondas de calor extremas, secas prolongadas, inundações e elevação do nível do mar, com potencial de transformar radicalmente a vida no país.
Segundo o relatório, 1,5 milhão de australianos podem estar em risco até 2050 devido ao aumento do nível do mar — número que pode dobrar para 3 milhões em 2090. O estudo considera três cenários de aumento da temperatura média global (1,5°C, 2°C e 3°C) e alerta que, no pior deles, as mortes causadas por calor extremo podem disparar: +440% em Sydney, +260% em Melbourne, +300% em Perth e +420% em Darwin.
“As mudanças climáticas vão transformar nosso modo de vida. Essas alterações não acontecerão de forma gradual ou linear”, destaca o texto, que também chama atenção para pontos de não-retorno capazes de gerar mudanças abruptas e irreversíveis.
O relatório alerta ainda para ondas de calor marítimas inéditas, que podem durar até seis meses em um cenário de aquecimento de 3°C, e para inundações costeiras capazes de dobrar o número de pessoas expostas a desastres. 597 mil pessoas podem estar diretamente em risco já em 2030, ameaçando comunidades costeiras e grandes cidades.
O ministro da Mudança Climática, Chris Bowen, reforçou a urgência de agir:
“O relatório deixa claro que todo o país tem muito em jogo. O custo de não agir sempre será maior do que o de agir.”
Impacto econômico bilionário
As projeções econômicas são igualmente alarmantes. O estudo estima perdas de produtividade de 423 bilhões de dólares australianos (R$ 1,5 trilhão) até 2063, aumento quase sete vezes maior nos gastos com desastres até 2090 e desvalorização imobiliária superior a 600 bilhões de dólares australianos (R$ 2,1 trilhões) até 2050.
Regiões como Queensland, Tasmânia, Nova Gales do Sul e o Território da Capital Australiana devem enfrentar o aumento mais rápido dos riscos, enquanto áreas remotas serão especialmente afetadas pelo encarecimento de transportes e pela vulnerabilidade das cadeias de abastecimento.
A divulgação da NCRA ocorre na mesma semana em que o governo do primeiro-ministro Anthony Albanese deve anunciar novas metas de redução de emissões para 2035 e apresentar uma estratégia nacional para alcançar a neutralidade de carbono, com roteiros de transição para seis setores-chave da economia.
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