Brasil registra mais de 120 mil casos de chikungunya em 2025 e acende alerta nacional

Especialistas apontam falhas no controle do vetor e risco de reavaliação da vacina após suspensão nos EUA
Por Tatiane Martinelli |GNEWSUSA

Passados mais de dez anos desde os primeiros casos no Brasil, o vírus da chikungunya continua sendo motivo de preocupação para autoridades de saúde e especialistas. Só em 2025, o país já registrou 121.803 casos da doença e 113 mortes confirmadas até 17 de setembro, segundo dados do Ministério da Saúde.

Durante o Congresso Nacional de Reumatologia, realizado em Salvador, a reumatologista Viviane Machicado Cavalcante, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia (Sobare), alertou que o maior desafio continua sendo o controle do mosquito transmissor — Aedes aegypti e Aedes albopictus — agravado pela falta de saneamento básico e pela ausência de ambulatórios suficientes para acompanhamento dos pacientes.

O alerta vem na esteira de dados divulgados pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que indicam surtos localizados de chikungunya em toda a América do Sul, concentrando 97% dos mais de 212 mil casos suspeitos registrados no continente neste ano.

Outro ponto de atenção é a vacina contra a doença, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Valneva. Apesar de aprovada pela Anvisa em abril, o imunizante teve sua licença suspensa pela FDA, agência reguladora dos EUA, após relatos de efeitos adversos graves, como casos de encefalite. A decisão pode levar a uma reavaliação da autorização no Brasil.

Viviane Machicado reforça que, mesmo com a expectativa de uma solução vacinal segura, a principal forma de prevenção continua sendo o combate ao mosquito e a eliminação de criadouros.

 

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