Câmara aprova urgência do PL da Anistia mesmo com resistência de partidos do governo

Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

Projeto avança com apoio expressivo de PL, União, Republicanos e PP; proposta busca perdoar manifestantes perseguidos pelos atos de 8 de janeiro

Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Em uma votação histórica, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17) o regime de urgência para o Projeto de Lei da Anistia, iniciativa que pretende perdoar manifestantes e apoiadores envolvidos nos atos políticos ocorridos desde as eleições de 2022, incluindo os protestos de 8 de janeiro. A proposta, defendida pela oposição e por setores do centro, foi vista como um passo importante para a reconciliação nacional.

Desenvolvimento:

Apoio maciço da oposição e do centro
O Partido Liberal, maior bancada da Câmara, liderou a votação com apoio quase unânime ao texto. O União Brasil, o Republicanos e o PP também deram maioria expressiva, reforçando o peso político da proposta. Para muitos parlamentares, a anistia representa justiça diante do que classificam como perseguições políticas desproporcionais contra cidadãos que apenas exerceram o direito de se manifestar.
Proposta de reconciliação
O autor do projeto, deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), afirmou que a medida busca pacificar o país e virar a página de um dos períodos mais conturbados da história recente. Segundo ele, a versão “light” da anistia pode viabilizar maior consenso, mas a expectativa da oposição é que o perdão seja amplo, geral e irrestrito.
Resistência da base governista
Partidos ligados ao presidente Lula, como PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB e Rede, votaram em bloco contra a urgência. Mas a oposição rebateu, lembrando que o indulto e a anistia são instrumentos legítimos previstos na Constituição.
Próximos passos
Com a urgência aprovada, o texto passa a tramitar em ritmo acelerado e pode ser votado diretamente no plenário. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve indicar um relator nos próximos dias. A expectativa é que o debate sobre a abrangência da anistia continue, mas aliados da oposição acreditam que o movimento crescente pela pacificação dará força ao projeto até a votação final.