Coqueluche resistente a antibióticos preocupa autoridades nas Américas

Pediatrician makes vaccination to small boy
OPAS confirma circulação da bactéria em países como Brasil, México, Peru e Estados Unidos e aponta baixa vacinação como um dos principais fatores para o avanço da doença
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta para a circulação de cepas da coqueluche resistentes a antibióticos em diferentes países das Américas. O Brasil está entre as nações que já registraram ocorrências, ao lado de México, Peru e Estados Unidos.

De acordo com especialistas da OPAS, a situação é resultado da queda na cobertura vacinal nos últimos anos e do uso inadequado e excessivo de antibióticos durante a pandemia de Covid-19, o que contribuiu para acelerar a resistência bacteriana.

Avanço rápido da doença

Os números reforçam a preocupação. Em 2023, pouco mais de 4 mil casos de coqueluche foram notificados em toda a região. Já em 2024, o total saltou para 43,7 mil registros. Somente entre janeiro e julho de 2025, mais de 18,5 mil casos foram confirmados em nove países, resultando em 128 mortes.

A doença, altamente contagiosa, é causada pela bactéria Bordetella pertussis e pode ser especialmente perigosa em bebês e crianças pequenas, levando a complicações graves como pneumonia, convulsões, encefalopatia e, em casos mais severos, à morte.

O papel da vacinação

Para a OPAS, a vacina continua sendo a forma mais eficaz de prevenção contra a coqueluche. A cobertura vacinal, no entanto, está aquém do recomendado. Relatórios recentes apontam que cerca de 230 mil crianças brasileiras nunca receberam sequer uma dose dos imunizantes básicos.

“A vacinação, a vigilância e o uso responsável de antibióticos são cruciais para evitar que a coqueluche se torne novamente uma grave ameaça à saúde pública”, destacou Pilar Ramón-Pardo, chefe do Programa Especial sobre Resistência Antimicrobiana da OPAS. “Ainda temos tempo para conter esse problema, mas precisamos agir agora: ampliar a imunização, fortalecer a detecção precoce e melhorar a resposta a surtos.”

Risco de resistência

As cepas resistentes identificadas desde 2024 preocupam por limitar as opções terapêuticas disponíveis. Os antibióticos, quando utilizados de forma inadequada, perdem a eficácia, tornando mais difícil o controle da disseminação da bactéria.

Para enfrentar o desafio, a OPAS recomenda:

  • Ampliar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes;

  • Fortalecer os sistemas de vigilância e diagnóstico laboratorial;

  • Adotar protocolos rígidos de uso racional de antibióticos, evitando automedicação e prescrição desnecessária;

  • Reforçar campanhas educativas sobre os riscos da doença e da resistência antimicrobiana.

Situação atual e próximos passos

Embora o cenário seja preocupante, os especialistas ressaltam que ainda há tempo para conter a disseminação dessas cepas. A chave está em combinar vacinação em massa, políticas de saúde pública consistentes e um esforço internacional coordenado.

A OPAS também destacou que o monitoramento em larga escala só foi possível graças ao fortalecimento dos sistemas de vigilância nos países que detectaram os primeiros casos de resistência.

A expectativa é que os dados mais recentes sejam utilizados para ajustar as estratégias de saúde e evitar que a coqueluche, já controlada em boa parte do século XX graças às vacinas, volte a se tornar uma grave ameaça sanitária global.

  • Leia mais:

https://gnewsusa.com/2025/09/michelle-bolsonaro-chora-na-paulista-pede-impeachment-de-moraes-e-garante-que-bolsonaro-nao-vai-desistir/

https://gnewsusa.com/2025/09/milhares-de-bolsonaristas-ocupam-a-paulista-e-exigem-anistia-para-bolsonaro-e-aliados/

https://gnewsusa.com/2025/09/copacabana-vira-palco-de-ato-pro-bolsonaro-e-pedido-de-anistia-no-7-de-setembro/

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*