Coreia do Norte defende armas nucleares na ONU e acusa EUA e Japão de ameaças

Vice-ministro Kim Son-gyong afirma que a política nuclear é princípio constitucional e inegociável, enquanto intensifica críticas à ordem internacional
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

O vice-ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Kim Son-gyong, defendeu nesta segunda-feira (29) o direito do país de manter armas nucleares, durante discurso na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Segundo ele, a nuclearização está incorporada na Constituição norte-coreana como princípio inegociável, ligado à defesa da soberania nacional, e não pode ser impedida por pressões externas.

Em sua fala, Kim acusou os Estados Unidos e o Japão de realizarem exercícios militares “cada vez mais ofensivos e violentos”, inclusive simulando o uso de armamento nuclear contra Estados soberanos, o que, segundo ele, intensifica as tensões globais. Para o diplomata, impor a desnuclearização à Coreia do Norte equivaleria a atacar sua soberania, sua Constituição e “seu próprio direito de existir”.

O representante norte-coreano declarou que o mundo vive hoje “o período mais turbulento e violento desde a Segunda Guerra”, com violações de soberania, guerras comerciais, estagnação econômica e instabilidade global. Ele também criticou a ONU, que, em sua visão, é dominada por “um pequeno grupo de países” e possui “páginas vergonhosas” de abuso contra Estados soberanos. Kim defendeu maior protagonismo para países em desenvolvimento.

A fala ocorreu logo após o discurso do arcebispo Paul Richard Gallagher, representante do Vaticano, que defendeu a paz como princípio central da diplomacia, apelou por cessar-fogo na Ucrânia e criticou o isolacionismo.

Enquanto endurecia o tom em Nova York, a chanceler norte-coreana, Choe Son Hui, visitava Pequim pela segunda vez em um mês para reforçar laços com a China. Ela se reuniu com o chanceler Wang Yi, que reafirmou a disposição de Pequim em ampliar a coordenação bilateral. Segundo a agência estatal KCNA, Choe transmitiu a Xi Jinping uma mensagem de Kim Jong-un exaltando a “relação inabalável” entre os dois países.

A aproximação entre Coreia do Norte e China acontece às vésperas da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), prevista para 31 de outubro e 1º de novembro, na Coreia do Sul. Analistas avaliam que Kim Jong-un busca retomar protagonismo internacional, aproximando-se de Xi Jinping e Vladimir Putin, ao mesmo tempo em que condiciona futuras negociações com os EUA ao abandono da exigência de desnuclearização.

 

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