
Advogado Celso Vilardi afirmou no STF que o ex-presidente não atentou contra a democracia e criticou a proposta da PGR sobre delação de Mauro Cid.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
No segundo dia do julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro (PL) por cinco crimes relacionados a um suposto plano de golpe de Estado após as eleições de 2022, a defesa do ex-presidente sustentou que “não há uma única prova” contra ele. A declaração foi feita nesta quarta-feira (3) pelo advogado Celso Vilardi, durante sustentação oral no Supremo Tribunal Federal (STF).
Vilardi argumentou que Bolsonaro não teria agido contra o Estado democrático de direito e questionou a validade das provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). “O presidente não atentou contra a democracia. Não há uma única prova, e isso ficará claro na análise da minuta”, afirmou.
A defesa também direcionou críticas à proposta da PGR de reduzir os benefícios da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Segundo Vilardi, o Ministério Público tenta reconhecer uma “parcial falsidade” no depoimento, mas ainda assim utilizá-lo como base para acusação.
“O que está sendo proposto não existe em nenhum lugar do mundo. Reconhecer falsidade em parte da delação e, mesmo assim, aproveitá-la para condenar, reduzindo benefícios, é incoerente”, declarou.
O julgamento envolve ainda ex-ministros militares, entre eles Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Após as sustentações orais, os ministros do STF iniciarão a votação para decidir sobre a condenação ou absolvição dos acusados.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, e os demais integrantes da Corte devem apresentar seus votos na próxima sessão, marcada para terça-feira (9).
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