
Decisão aproxima Bruxelas de outros países europeus que já manifestaram apoio à causa palestina e deve gerar repercussões no cenário internacional
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
A Bélgica anunciou nesta terça-feira (2) que vai reconhecer oficialmente o Estado da Palestina, reforçando o movimento de países europeus que buscam pressionar Israel a cessar os ataques à Faixa de Gaza, em meio a quase dois anos de guerra. A decisão será formalizada durante a Assembleia-Geral da ONU, marcada para começar na próxima semana, em Nova York.
O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores belga, Maxime Prévot, por meio da plataforma X. Além do reconhecimento, Bruxelas também pretende adotar “sanções firmes” contra o governo israelense.
“A Bélgica reconhecerá a Palestina na Assembleia-Geral da ONU! E sanções firmes serão impostas ao governo israelense. Qualquer antissemitismo ou glorificação do terrorismo por apoiadores do Hamas também será denunciado com mais veemência”, escreveu o chanceler.
Segundo Prévot, a medida decorre da “tragédia humanitária em curso na Palestina, especialmente em Gaza” e da violência cometida por Israel em violação ao direito internacional. Ele destacou ainda que o país tem obrigação de agir para prevenir riscos de genocídio, justificando a adoção de medidas mais duras tanto contra Tel Aviv quanto contra o Hamas.
No pacote de 12 sanções previstas, estão incluídas:
- a proibição da compra de mercadorias oriundas de assentamentos considerados ilegais;
- a revisão das políticas de compras governamentais envolvendo empresas israelenses;
- restrições à assistência consular a cidadãos belgas residentes em assentamentos ilegais;
- a declaração de “persona non grata” para ministros israelenses de perfil extremista, colonos violentos e líderes do Hamas.
Com a decisão, a Bélgica se junta a outros países ocidentais — como França, Reino Unido, Portugal e Canadá — que já anunciaram apoio ao reconhecimento formal da Palestina. O tema deverá ganhar destaque nos debates da Assembleia-Geral da ONU entre 9 e 23 de setembro.
Atualmente, mais de 140 países já reconhecem a Palestina, incluindo o Brasil, que tomou essa decisão em 2010.
O anúncio belga ocorre em meio a um dos períodos mais críticos do conflito: segundo a ONU, os mais de 2 milhões de habitantes de Gaza vivem sob cerco e enfrentam risco iminente de “fome generalizada”. Desde o início da ofensiva israelense, mais de 62 mil pessoas morreram no território, a maioria civis, conforme dados do Ministério da Saúde local — números considerados confiáveis pelas Nações Unidas, mas impossíveis de verificar de forma independente devido ao bloqueio israelense à imprensa internacional.
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