
De anistia de 1979 à Lava Jato, artistas e políticos de esquerda mostram seletividade; a direita denuncia oportunismo e abusos contra aliados de Bolsonaro
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A política brasileira tem sido marcada por mudanças de posição que revelam menos convicções ideológicas e mais interesses momentâneos. Episódios recentes mostram que figuras da esquerda, que antes defenderam determinados princípios, agora adotam posturas opostas quando o alvo é a direita.
O caso da anistia
Em 1979, durante a ditadura, nomes como Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso foram beneficiados pela anistia política. Naquele período, a esquerda apoiava amplamente o projeto. Hoje, diante da proposta atual de anistia, os mesmos artistas e partidos de esquerda são contra, enquanto a direita denuncia a contradição e defende a medida.
Lava Jato e a seletividade dos discursos
Na época em que o Lula estava preso, lideranças como Gleisi Hoffmann, Paulo Pimenta e Wadih Damous buscaram apoio internacional para denunciar supostos abusos da Justiça. Houve manifestações de solidariedade de organizações estrangeiras e até de parlamentares de outros países.
Hoje, porém, quando denúncias semelhantes de irregularidades recaem sobre inquéritos que atingem Jair Bolsonaro e seus aliados, a esquerda se cala, e quem critica é a direita.
André Janones e a “rachadinha”
Outro exemplo de seletividade da esquerda é o deputado André Janones, que criticava duramente o senador Flávio Bolsonaro por suposta “rachadinha”. Mais tarde, investigações revelaram que o próprio Janones praticava o mesmo esquema. Isso evidencia que a crítica da esquerda não é contra irregularidades em si, mas sempre contra adversários políticos da direita.
Abertura comercial e o protecionismo
No campo econômico, a diferença de critérios fica clara. Durante décadas, setores ligados à esquerda defenderam que o Brasil deveria se proteger da concorrência externa, enquanto os Estados Unidos eram citados como modelo de economia aberta. Hoje, com Donald Trump adotando medidas protecionistas, fica evidente que a esquerda brasileira sempre aplicou regras diferentes para si mesma, ignorando padrões internacionais consagrados, enquanto a direita mantém coerência ao defender o livre mercado e a competitividade global.
O ponto central: poder, não coerência
O que aparenta ser “incoerência” nada mais é do que o uso estratégico da política como ferramenta de poder. A esquerda foi “garantista” na Lava Jato e hoje é punitivista contra Bolsonaro. Já a direita, antes crítica às garantias, hoje denuncia abusos judiciais. O que está em jogo não é o mérito técnico das propostas, mas quem ganha e quem perde com elas.
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