
Pesquisa aponta que manter o horário padrão o ano todo poderia evitar milhões de casos de doenças
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Um novo estudo aponta que as mudanças de relógio causadas pelo horário de verão podem ter impactos significativos na saúde, aumentando o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e obesidade em larga escala.
De acordo com a pesquisa, que analisou dados de mais de 300 milhões de americanos, a adoção permanente do horário padrão poderia prevenir mais de 300 mil casos de AVC e reduzir em cerca de 2,6 milhões o número de pessoas afetadas pela obesidade.
O principal objetivo do horário de verão é economizar energia, mas os cientistas afirmam que o custo para a saúde pode superar os benefícios. As mudanças no relógio interferem no sistema circadiano — o “relógio biológico” que regula sono, metabolismo e funções vitais —, gerando uma “sobrecarga circadiana”. Essa perturbação está associada a maior risco de acidentes de trânsito, ataques cardíacos, AVCs e distúrbios metabólicos que favorecem ganho de peso.
Para avaliar os impactos, os pesquisadores simularam três cenários: horário padrão permanente, horário de verão permanente e alternância semestral entre os dois. Os resultados mostraram que a troca contínua entre horários foi a mais prejudicial ao ritmo circadiano. Mesmo o horário de verão contínuo, aplicado o ano todo, reduziria em 1,7 milhão os casos de obesidade e em 220 mil os de AVC nos Estados Unidos.
“Você está lidando com um risco tão raro quanto ganhar na loteria. Mas, se 350 milhões de pessoas apostarem no mesmo dia, alguém vai ganhar — só que não é um prêmio que você gostaria de ganhar”, disse o pesquisador Jamie Zeitzer, coautor do estudo.
No Brasil, o horário de verão foi suspenso em 2019 após estudos indicarem queda na economia de energia e efeitos negativos na saúde. A prática, introduzida em 1931 no país e em 1918 nos EUA, continua em debate, principalmente por equilibrar questões econômicas e impactos na qualidade de vida.
Os autores do estudo alertam que, embora as taxas individuais de doenças sejam baixas, em populações inteiras o impacto pode ser expressivo. Eles destacam que os resultados podem até estar subestimados, já que não consideraram fatores como desigualdade racial e turnos de trabalho irregulares, que podem agravar ainda mais os riscos.
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