EUA intensificam críticas a Moraes no 7 de Setembro durante julgamento de Bolsonaro

Relatos indicam que Darren Beattie usou a data da Independência do Brasil para reforçar pressão sobre o ministro do STF

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

As tensões entre o governo dos Estados Unidos e o Supremo Tribunal Federal (STF) voltaram a crescer após novas declarações do subsecretário de Diplomacia Pública, Darren Beattie. Em publicação feita nas redes sociais, o representante norte-americano afirmou que a independência do Brasil deve ser lembrada como um compromisso com a liberdade, mas lançou críticas indiretas a Alexandre de Moraes, ministro da Suprema Corte.

A fala surge em um momento crucial: o STF retoma nesta semana o julgamento de Jair Bolsonaro e de seus aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado em 2023. Moraes, relator da ação, inicia a leitura de seu voto, o que aumenta a visibilidade internacional do caso.

Poucos dias antes, Beattie participou de um encontro em Washington com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A reunião, que também contou com membros do Departamento de Estado, abordou a tramitação de um projeto que prevê anistia ao ex-presidente. Em suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro classificou a iniciativa como uma tentativa de “resgatar o Congresso da influência dos ministros do Supremo”.

A pressão norte-americana contra Moraes, no entanto, não é recente. Em julho, Beattie já havia chamado o magistrado de “coração do sistema de censura contra Bolsonaro”. Na mesma ocasião, foram anunciadas restrições de visto a ele, familiares e outros ministros. Em agosto, novas críticas vieram acompanhadas de menção à Lei Global Magnitsky, que permite aos EUA aplicar sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos.

Essas movimentações se inserem em uma estratégia política da ala trumpista de Washington, que busca projetar influência sobre o cenário brasileiro. O próprio Donald Trump enviou carta ao governo Lula e ao STF em julho, alertando sobre supostos riscos à liberdade de expressão. Entre as medidas cogitadas pelos norte-americanos estão barreiras comerciais, novas suspensões de vistos e sanções adicionais a familiares de ministros.

A escalada retórica revela não apenas a tentativa de interferência externa no debate político brasileiro, mas também o alinhamento cada vez mais explícito entre aliados de Bolsonaro e setores conservadores norte-americanos.

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