Familiares e aliados pedem que Bolsonaro veja julgamento de casa

O vereador Carlos Bolsonaro relata: “Está magro”, “não tem vontade de se alimentar” e enfrenta “crises de soluço e vômitos”

Por Ana Raquel|GNEWSUSA 

O ex-presidente Jair Bolsonaro será julgado a partir desta terça-feira, 2 de setembro, no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de golpe de Estado. Enquanto o país aguarda o desfecho do processo que pode definir o futuro político do ex-presidente, familiares e aliados relatam um quadro de saúde preocupante: perda de peso, crises de soluço e vômitos constantes. A orientação médica é para que ele acompanhe as sessões de casa, onde cumpre prisão domiciliar desde agosto, mas a decisão final caberá a ele próprio.

Nos bastidores, a apreensão é dupla: política e pessoal. Aliados próximos, médicos e advogados aconselham Bolsonaro a não comparecer fisicamente ao STF, argumentando que o estado de saúde não permite o desgaste de longas sessões. O diagnóstico de esofagite tem provocado episódios recorrentes de vômito, soluços incontroláveis e falta de apetite, o que resultou em emagrecimento visível.

O próprio vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) compartilhou, em uma publicação nas redes sociais, o drama vivido pela família: “Está magro, não tem vontade de se alimentar e segue enfrentando intermináveis crises de soluço e vômitos. Dói demais ver tudo isso, mas sinto como obrigação compartilhar um pouco da realidade do momento com todos que estão sofrendo junto conosco”.

Mesmo diante desse cenário, aliados afirmam que ainda há chance de o ex-presidente decidir ir pessoalmente ao STF, em um gesto visto como demonstração de força simbólica à sua base de apoiadores.

No campo político, a movimentação também é intensa. O senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do partido e líder da oposição no Senado, declarou: “Vou acompanhar o julgamento sabendo que o relator já prejulgou a ação. Bolsonaro tem o meu apoio e a minha solidariedade. Acredito que a única opção de mudarmos o jogo é no parlamento com a anistia”.

Como reforço a essa estratégia, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), deve formalizar na reunião de líderes, também marcada para terça-feira, o pedido de que a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro seja pautada. A proposta, no entanto, enfrenta forte resistência de partidos de centro e esquerda, que consideram qualquer tentativa de anulação das condenações um retrocesso.

Enquanto a política trava embates, a saúde de Bolsonaro continua sendo o maior ponto de incerteza. O dilema entre comparecer ao Supremo ou assistir às sessões de casa pode se tornar decisivo não apenas para o julgamento, mas também para a narrativa que cercará esse momento histórico.

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