Comissão parlamentar alerta para riscos do TikTok a adolescentes e pede restrições noturnas para jovens de 15 a 18 anos, após relatar conteúdos violentos e de automutilação
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Uma comissão parlamentar francesa recomendou nesta quinta-feira (11) que crianças menores de 15 anos sejam proibidas de usar redes sociais e que adolescentes entre 15 e 18 anos sigam um “toque de recolher digital” noturno. A medida tem como alvo principal o TikTok, aplicativo de vídeos curtos extremamente popular entre os jovens.
O relatório da comissão foi elaborado após meses de depoimentos de famílias, executivos de plataformas digitais e influenciadores, com o objetivo de analisar os efeitos do algoritmo do TikTok sobre o público adolescente.
O gabinete do presidente Emmanuel Macron já havia manifestado interesse em restringir o acesso de crianças e adolescentes às redes sociais, seguindo exemplo da Austrália, que no ano passado estabeleceu leis para impedir menores de 16 anos de usarem essas plataformas.
Arthur Delaporte, presidente da comissão, afirmou à AFP que apresentou também uma denúncia ao Ministério Público contra o TikTok por “colocar em risco a vida” de seus usuários. Segundo Laure Miller, relatora do grupo, a comissão se deparou com “um oceano de conteúdos nocivos”, incluindo vídeos que promovem suicídio, automutilação e exposição à violência em diferentes formas.
Em resposta, um porta-voz do TikTok negou veementemente as acusações, classificando o relatório como uma “apresentação enganosa” e alegando que a plataforma tem políticas rígidas de segurança para proteger adolescentes.
A comissão foi criada em março com o objetivo de investigar os impactos psicológicos do TikTok sobre menores, depois que sete famílias denunciaram a plataforma em 2024 por expor seus filhos a conteúdos que incentivavam o suicídio.
Delaporte afirmou ainda que “não há dúvida de que o TikTok sabe dos problemas do seu algoritmo e continua colocando em risco a saúde e a vida dos usuários”. O relatório prevê que a proibição para menores de 15 anos poderá ser estendida até os 18 anos caso as plataformas não cumpram a legislação europeia nos próximos três anos.
O “toque de recolher digital” proposto impediria que jovens de 15 a 18 anos utilizem redes sociais das 22h às 8h, uma medida inédita que busca reduzir a exposição a conteúdos prejudiciais durante a noite.
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