
Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência denuncia situação sem precedentes; hospitais estão em colapso e milhares de famílias não conseguem fugir por falta de condições.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Quase dois anos após o início da guerra entre Israel e Hamas, pelo menos 21 mil crianças em Gaza ficaram com deficiências físicas permanentes. O dado foi divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que classificou a situação como “sem precedentes” para o grupo, em meio ao colapso dos serviços básicos e à intensificação das operações militares.
Segundo o Comitê, desde 7 de outubro de 2023 houve cerca de 40,5 mil novos casos de ferimentos em crianças, dos quais mais da metade resultaram em algum tipo de deficiência. O especialista Muhannad Salah Al-Azzeh relatou que, mesmo antes da guerra, pessoas com deficiência em Gaza já enfrentavam barreiras severas devido ao bloqueio de duas décadas. Agora, com metade das unidades de saúde funcionando apenas parcialmente, o cenário se agravou dramaticamente.
A situação humanitária também preocupa o Grupo de Gestão de Sítios para o Território Palestino Ocupado, que reúne agências da ONU como o Acnur e a Unrwa. A entidade destaca que centenas de milhares de civis têm sido deslocados repetidamente, muitos deles exaustos, traumatizados e sem recursos para novas fugas. Famílias com idosos e pessoas com deficiência enfrentam custos impossíveis para se mover e não encontram locais seguros para permanecer.
Com a intensificação das operações israelenses na Cidade de Gaza desde agosto, cresce o temor de uma tragédia ainda maior em áreas de deslocamento. Há relatos de famílias que se recusam a sair, seja por medo de não conseguir retornar, seja pelo desgaste de sucessivos deslocamentos forçados.
Entulho e riscos explosivos
O Programa da ONU para o Desenvolvimento (Pnud) também alerta para outro desafio: a remoção de mais de 50 milhões de toneladas de entulho deixados pelos bombardeios. A operação envolve riscos elevados, incluindo a presença de explosivos ocultos, o que torna o processo lento e perigoso. A agência afirma que não é possível garantir uma gestão totalmente livre de riscos, mas considera viável reduzir parte deles com planejamento e recursos adequados.
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