Hepatites virais: o desafio silencioso que atinge milhões

Doença atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo; no Brasil, casos de hepatite B e C representam quase 80% das notificações

 

Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

De acordo com o Relatório Global de Hepatites 2024, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 304 milhões de pessoas vivem com infecção crônica pelos vírus da hepatite B ou C em todo o mundo. No Brasil, entre 2000 e 2024, foram registrados 826.292 casos de hepatites virais no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), sendo a maior parte relacionada justamente às hepatites B e C, que juntas respondem por quase 80% do total.

Segundo a infectologista Tassiana Rodrigues, da Santa Casa de São Roque — administrada pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”) em parceria com a prefeitura —, o maior obstáculo no combate às hepatites é o fato de muitas evoluírem de forma assintomática. “São doenças silenciosas, que podem evoluir por anos sem sintomas aparentes. Em muitos casos, o diagnóstico só é feito em exames de rotina”, explica.

As hepatites virais são inflamações no fígado causadas por diferentes vírus. Os tipos A e E, geralmente transmitidos pela ingestão de água ou alimentos contaminados, tendem a ser agudos e têm bom prognóstico. Já as hepatites B e C, transmitidas pelo contato com sangue contaminado, relações sexuais desprotegidas, agulhas ou transmissão vertical durante o parto, apresentam maior risco de cronificação. A hepatite D, menos comum, afeta apenas pessoas já infectadas pelo vírus B.

O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento eficaz. Para os casos agudos de hepatite A e E, geralmente são indicados repouso, hidratação e alimentação leve. Já nos casos crônicos de hepatite B, C e D, podem ser necessários medicamentos antivirais — sendo que a hepatite C, em especial, apresenta altas taxas de cura com os antivirais orais disponíveis atualmente.

Entre os grupos de risco estão usuários de drogas injetáveis, pessoas que compartilham objetos perfurocortantes (como alicates e barbeadores), quem realizou transfusões de sangue antes da testagem obrigatória e indivíduos que se submetem a procedimentos sem esterilização adequada. Relações sexuais sem preservativo também aumentam o risco de contaminação.

Para a prevenção, os especialistas reforçam a importância da vacinação contra as hepatites A e B, disponível gratuitamente pelo SUS, além da testagem de rotina, que pode identificar tanto infecções agudas quanto crônicas. “É essencial ampliar o acesso ao diagnóstico, tratamento e imunização, além de combater o estigma, que ainda afasta muitas pessoas do acompanhamento médico”, ressalta Rodrigues.

Quem deseja se vacinar ou realizar o exame pode procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Em caso de dúvidas, é possível consultar o posto de saúde do bairro para verificar a disponibilidade de exames e vacinas.

 

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