
A agência federal informou que a llberiana desempenhou um papel importante no recrutamento e liderança de crianças-soldado durante guerras civis em seu país de origem
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
O Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) deportou este mês para a Libéria a comandante rebelde Mayama Sesay, 43 anos, conhecida como ‘Diamante Negro’. Segundo a agência, ela desempenhou um papel importante no recrutamento e liderança de crianças-soldado durante guerras civis em seu país de origem.
“Sesay comandou um grupo exclusivamente feminino de combatentes conhecido como Comandos de Artilharia Feminina, parte dos Liberianos Unidos pela Reconciliação e Democracia, um grupo rebelde formado para se opor ao ex-presidente liberiano Charles Taylor”, destacou o ICE.
Ainda de acordo com o órgão federal americano, quando tinha 22 anos, Sesay recrutou e treinou crianças-soldado para lutar contra as forças de Taylor. Ao longo do conflito, ela se tornou notável por suas táticas brutais, que incluíam imobilizar, espancar soldados capturados e lançar morteiros para aterrorizar e matar militares e civis. Por conta disso, foi considerada criminosa de guerra na Libéria.
Entrada nos EUA
A liberiana entrou nos Estados Unidos com um visto de visitante em 27 de março de 2014 e casou-se com um cidadão americano posteriormente. Em abril de 2015 ela solicitou residência permanente e na entrevista de imigração negou ser ‘Diamante Negro’ ou qualquer ligação com o grupo Liberianos Unidos pela Reconciliação e Democracia.
Mesmo refutando seu passado obscuro, Sesay foi colocada em processo de remoção depois que um juiz determinou que ela não tinha credibilidade e havia usado e recrutado crianças-soldado. A Justiça ordenou sua deportação para a Libéria em 26 de maio de 2022, em decisão confirmada depois pelo Conselho de Apelações de Imigração. Agentes do ICE Atlanta a levaram sob custódia em 19 de abril de 2025.
Centro de Violadores de Direitos Humanos e Crimes de Guerra
Com o apoio do Centro de Violadores de Direitos Humanos e Crimes de Guerra, o Gabinete do Consultor Jurídico Principal em Atlata litigou o caso. Esse centro desempenha um papel fundamental na identificação, localização e julgamento de violadores de direitos humanos nos Estados Unidos, incluindo pessoas envolvidas em crimes de guerra, genocídio, tortura e execuções extrajudiciais.
Criado em 2003, o Centro de Violadores de Direitos Humanos e Crimes de Guerra já emitiu mais de 79 mil alertas para suspeitos de violação dos direitos humanos e impediu a entrada de mais de 390 indivíduos nos Estados Unidos.
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