O imigrante ilegal Charles Emile Mbayo era membro de alto escalão de uma junta militar que governou Serra Leoa após derrubar o presidente Joseph Momoh em 1992
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
As Operações de Execução e Remoção (ERO) do ICE Detroit deportaram o imigrante ilegal Charles Emile Mbayo, ex-membro de alto escalão do Conselho Nacional de Governo Provisório, uma junta militar que governou Serra Leoa após derrubar o presidente Joseph Momoh em um golpe em 1992. A remoção dos EUA aconteceu em 20 de agosto, mas só foi divulgada pelo ICE nesta sexta-feira (5).
De acordo com o governo dos EUA, a junta que Mbayo fazia parte lutou para controlar Serra Leoa contra a Frente Revolucionária Unida e impôs ações de extrema violência contra rebeldes na capital do país, Freetown.
Em 29 de dezembro de 1992, o Conselho Nacional de Governo Provisório executou extrajudicialmente cerca de 29 pessoas, incluindo ex-funcionários do governo e outros acusados de planejar um golpe contra o regime. Vítimas que ainda não estavam detidas foram presas, torturadas e sumariamente executadas. Elas tiveram os corpos enterrados em uma vala comum.
Entrada nos EUA
Depois de diversas mudanças no governo de Serra Leoa, que fica no continente africano, Mbayo entrou nos Estados Unidos em 9 de janeiro de 1998, portando um visto de estudante F-1. Posteriormente, solicitou um visto de residência permanente, mas foi negado em julho de 2023. Ele acabou preso pelo ICE em 30 de junho de 2025.
“Nossos agentes continuam a efetuar a remoção de supostos violadores de direitos humanos para seus países de origem. Os agentes do ERO estão comprometidos com a segurança pública e a segurança nacional, e a remoção deste indivíduo dos Estados Unidos atende a ambas as prioridades”, disse o Diretor do Escritório de Campo do ERO em Detroit, Kevin Raycraft.
Ações contra violadores de direitos humanos
O setor de Investigações de Segurança Interna (HSI) do ICE lidera o Centro de Violadores de Direitos Humanos e Crimes de Guerra, que promove esforços do governo para identificar, localizar e processar nos EUA violadores de direitos humanos, incluindo condenados ou suspeitos de terem participado de perseguições, crimes de guerra, genocídio, tortura, execuções extrajudiciais, recrutamento de crianças como soldados, entre outros crimes.
Desde 2003, o centro emitiu mais de 79.000 alertas para potenciais perpetradores de violações de direitos humanos, além de ter impedido a entrada no país de 390 violadores de direitos humanos, suspeitos de crimes de guerra.
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