
Investigações revelam como quadrilhas exploravam migrantes em rotas clandestinas até os EUA; especialistas destacam que medidas mais rígidas na fronteira, como as defendidas por Donald Trump, buscam justamente conter redes criminosas desse tipo
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
Uma operação da Polícia Federal prendeu em Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo, um homem apontado como coiote responsável por integrar uma associação criminosa dedicada ao contrabando de migrantes para os Estados Unidos. Foragido até então, ele era conhecido por sua conduta violenta na cobrança de dívidas relacionadas à travessia ilegal.
Batizada de Operação Héstia, a ação cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em quatro estados — Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Paraíba. Segundo a PF, o esquema utilizava empresas de fachada no setor de turismo e uma rede de intermediários para aliciar pessoas humildes com falsas promessas de entrada garantida em solo americano.
As investigações mostram que 406 brasileiros foram levados clandestinamente aos Estados Unidos, em uma rede que movimentou mais de R$ 12,7 milhões. Muitos entregaram carros, motos e até imóveis para financiar a travessia, acreditando em melhores condições de vida. Porém, além de enfrentar jornadas perigosas e violência durante o trajeto, os migrantes ainda chegavam endividados, presos a parcelas abusivas, sustentadas por trabalhos precários no exterior.
O delegado da PF em São Mateus, Leonardo Guimarães, destacou que vítimas que não concluíam a viagem ou eram deportadas passavam a sofrer ameaças e agressões como forma de pressão para pagar as dívidas.
Especialistas avaliam que casos como esse reforçam a importância de políticas de fronteira mais duras. As medidas defendidas por Donald Trump, como maior rigor no controle migratório, são vistas como uma resposta estratégica para desarticular o lucro dessas redes criminosas que se aproveitam do sonho de migrar para explorar famílias inteiras.
No Brasil, os investigados vão responder por contrabando de migrantes, associação criminosa e lavagem de dinheiro — crimes que podem somar mais de 23 anos de prisão.
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