Indústria brasileira em colapso: agosto registra pior desempenho em 10 anos

Produção, empregos e investimentos despencam, revelando cenário crítico para o setor industrial em 2025

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A indústria nacional viveu em agosto de 2025 seu pior desempenho para o mês em uma década. Os números da Sondagem Industrial, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (18), revelam retração na produção, queda no emprego e recuo nos investimentos. O índice de evolução da produção caiu para 47,2 pontos, abaixo da linha divisória de 50 que indica crescimento, marcando o pior resultado desde 2015, quando o indicador havia sido de 42,7 pontos.

Emprego em baixa

O mercado de trabalho industrial seguiu a mesma tendência: o índice de número de empregados recuou para 48,4 pontos, indicando redução das contratações entre julho e agosto. Trata-se de um dado atípico, já que agosto costuma registrar expansão do emprego no setor.

Capacidade ociosa e estoques estáveis

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também caiu, de 71% em julho para 70% em agosto, ficando abaixo dos 72% de agosto de 2024 e igualando o patamar de 2023. Já os estoques se mantiveram ajustados, com índice de 50 pontos, em linha com o planejado pelas empresas.

Expectativas cautelosas

As projeções para setembro mostram desaceleração: o índice de expectativa de demanda recuou para 52,3 pontos e o de compra de insumos caiu para 51,3 pontos. Apesar de ainda acima da linha de expansão, os dois números revelam confiança moderada dos empresários. No comércio exterior, as exportações seguem abaixo da neutralidade, em 46,6 pontos, reforçando a dificuldade do setor.

Investimento em queda

A intenção de investimento atingiu 54,4 pontos em setembro, queda de 0,2 em relação a agosto. Foi a terceira retração consecutiva, sinal de que os empresários estão mais cautelosos.

Alerta da CNI

Segundo Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.

 “O cenário adverso que a indústria vem atravessando desde o início de 2025 está se aprofundando”. Ele destacou que a queda em um mês que tradicionalmente traz crescimento evidencia a gravidade da situação.

Perspectiva

Com produção em queda, menos contratações e investimentos retraídos, o setor industrial se mantém em terreno frágil. Para especialistas, os próximos meses serão decisivos: ou o país encontra meios de estimular a indústria, ou o risco é de aprofundar ainda mais a paralisia.

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